Para que não venham mais Pongolles
Leio hoje no Record que um dos jogadores que não conseguiram colocação no mercado de transferências - e estão portanto disponíveis para jogar em qualquer clube a "custo zero" - se inclui o inefável Sunama-Pongolle. Ainda apresentado como "ponta de lança", embora não conste que marque golos.
Até me custa ver impresso este nome. Porque Pongolle simboliza, como alguns mais (Elias, Bojinov, Jeffrén...), anos a fio de péssima gestão desportiva e financeira em Alvalade. Anos em que se gastava primeiro - aquilo que havia e também o que não havia nos cofres do clube - e só depois se pensava nas possíveis consequências desse acto.
Foi o que aconteceu em Dezembro de 2009 com aquele jogador francês, adquirido ao Atlético de Madrid durante o breve consulado de José Eduardo Bettencourt por 6,5 milhões de euros, a pagar em três anos. Uma aquisição que entrou directamente para o pódio dos profissionais mais dispendiosos naquela temporada.
Foi um flop - como se diz agora, em "português técnico". Eu prefiro usar uma expressão mais antiga e expressiva: foi um fiasco. Esta contratação tornou ainda mais estratosférica a dívida do Sporting e em nada contribuiu para o nosso sucesso desportivo. O jogador acabou por ser emprestado ao Saragoça e ao Saint-Étiènne, vindo o contrato que o vinculava ao clube a ser rescindido em Agosto de 2012. O seu percurso após Alvalade só confirmou a dimensão do fracasso. Ultimamente jogava no Lausanne, onde também não deixou rasto.
É útil, de vez em quando, fazermos estas digressões pelo passado recente. Mais do que um saudável exercício de memória, ajuda-nos a estar sempre alerta. Para que os erros anteriores não voltem a ser cometidos. E não venham mais Pongolles somar-se à nossa vasta colecção de fiascos.