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És a nossa Fé!

Os primeiros 730 dias de Bruno de Carvalho

A análise do mandato de Bruno de Carvalho nestes seus dois anos como presidente não pode ser feita sem lembrarmos o estado calamitoso em que o clube se encontrava quando ele chegou.

 

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A 27 de Março de 2013, quando o actual líder leonino tomou posse, o Sporting era um clube sem liderança, dividido internamente em múltiplas facções, incapaz de se projectar para o exterior com uma só voz, um só discurso e um só desígnio estratégico.

 

O património diminuía e o passivo aumentava. Três exercícios consecutivos significaram prejuízos de 120 milhões de euros.

As dívidas à banca amontoavam-se. Totalizando 268 milhões de euros.

Havia ordenados em atraso. E faltava dinheiro para pagá-los.

Quase todos os passes dos jogadores pertencia a terceiros.

O clube seguia na pior posição de sempre no campeonato nacional de futebol. No dia em que Bruno de Carvalho tomou posse, ocupávamos a décima posição na tabela.

A direcção anterior vendia alguns dos melhores talentos do plantel para suprir lacunas urgentes de tesouraria. Foi assim com o goleador da equipa, o holandês Wolfswinkel. Foi assim com Carriço, defesa da nossa formação que tem feito um digníssimo percurso no campeonato espanhol, ao serviço do Sevilha.

O clube lançava jogadores na equipa principal sem acautelar os mais elementares interesses contratuais, o que viria a permitir a fuga de Bruma, Ilori e Dier, por exemplo.

 

Mais que nunca, o Sporting consolidava a má fama de cemitério de jogadores. Entre Janeiro de 2012 e Janeiro de 2013 sucederam-se cinco técnicos à frente da equipa: Domingos Paciência, Sá Pinto, Oceano Cruz, Fredy Vercauteren e Jesualdo Ferreira. O clube chegou a pagar quatro salários em simultâneo - ao técnico em funções e a três que tinham sido despedidos pouco antes.

O Sporting estava arredado das competições europeias, o que tinha sucedido só uma vez em toda a sua história.

A própria sobrevivência do clube começava a ser questionada. As bancadas de Alvalade despovoavam-se, mesmo com centenas de bilhetes à borla.



Este era o ponto de partida. Convém nunca esquecer.

 

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Bruno de Carvalho, eleito por uma maioria expressiva de sócios, ganhou várias guerras.

Com a banca.

Com os "agentes".

Com os empresários.

Com os fundos.

Com os inimigos internos.

Com os jarretas que lhe chamavam garoto.

Com os jarretas que lhe vaticinavam três meses de mandato.

Com os jarretas que auguravam morte à nascença da Sporting TV.

Com os jarretas prontos a garantir que jamais seria capaz de cumprir o ambicioso programa eleitoral.

Com um certo fatalismo lusitano que parecia condenar-nos sem remissão à pior situação desportiva de sempre.

 

O que sucedeu?

 

- Bruno transformou parte da dívida em capital social da SAD.

- Conseguiu aumentar o capital, com entrada de 18 milhões de euros em investimento.

- Viu o plano global de reestruturação financeira aprovado em assembleia-geral, com 97% dos votos favoráveis.

- Reduziu e racionalizou as despesas correntes em todos os sectores.

- Conseguiu um saldo positivo de 3,7 milhões de euros no resultado operacional do seu primeiro semestre completo em funções. Hoje somos o único dos grandes clubes portugueses que apresenta contas consolidadas.

- Recuperou cerca de dois terços dos passes dos jogadores, vários dos quais na totalidade.

- Renovou contratos com diversos futebolistas jovens: William Carvalho, João Mário, Carlos Mané, Esgaio, Tobias, Ponde, Iuri Medeiros, Luís Ribeiro, Riquicho, Francisco Geraldes, Podence, Gelson Martins, Chaby, Matheus Pereira e Wallyson, por exemplo.

- Pôs fim à prática de aumentos anuais dos salários dos jogadores, não indexados ao desempenho desportivo.

- Deu cumprimento à promessa eleitoral de efectuar uma auditoria às gestões anteriores, a cargo de uma entidade externa.

- Avançou com a Missão Pavilhão, promessa tantas vezes feita anteriormente e tantas vezes adiada. Simbolicamente, a primeira pedra do futuro Pavilhão João Rocha será lançada na sexta-feira.

- Trouxe de volta o hóquei em patins.

- Apostou no atletismo com a contratação de Sara Moreira, uma das melhores fundistas da actualidade

- Viu o Sporting sagrar-se vice-campeão europeu de atletismo em pista.

- Deu início às emissões da Sporting TV.

- Remodelou o jornal do clube, tornando-o um veículo de transparência para sócios e adeptos tomarem conhecimento de todos os valores envolvidos nas aquisições e saídas de jogadores.

- Nomeou Augusto Inácio, que foi campeão leonino enquanto jogador e treinador, para as funções de director-geral do futebol profissional.

- Contratou dois treinadores de grande prestígio e mérito: Leonardo Jardim e Marco Silva. O primeiro foi transferido para o Mónaco por três milhões de euros - facto inédito na história do clube.

- Angariou 16 mil novos sócios.

- Reuniu todas as claques no topo sul do estádio, conferindo uma atmosfera entusiástica aos desafios que jogamos em casa.

- Com ele, Alvalade voltou a registar grandes assistências. Para ver um onze-base maioritariamente português onde despontaram talentos como William Carvalho, João Mário, Carlos Mané e Tobias Figueiredo.

- Transferiu por 20 milhões de euros o defesa argentino Marcos Rojo para o Manchester United - a segunda venda mais lucrativa de um jogador na história do Sporting.

- No âmbito desta transferência, Nani - um dos melhores jogadores desde sempre formados em Alcochete - regressou por empréstimo a Alvalade.

- Passámos de uma humilhante posição no campeonato, sem acesso a provas europeias, ao segundo lugar, com acesso directo à Champions - o que nos valeu de imediato 8,7 milhões de euros. Com várias semanas a liderar a Liga, quando tínhamos estado meia época anterior abaixo da tabela.

 

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Jamais esqueceremos esse momento de esperança que nos devolveu em plenitude o orgulho de sermos do Sporting.

Jamais esqueceremos aquela frase gritada a plenos pulmões, como lema de futuro, na madrugada de 24 de Março de 2013: «O Sporting é nosso outra vez!»

Muita coisa mudou a partir daí. E ainda bem.

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