Os nossos, os deles
Sexta-feira, 27 de Março de 2015, o destino levou-me a almoçar ao concelho da Amadora mas bastante próximo dumas Portas com nome de clube de bairro, Portas de Benfica.
Enquanto brigava com umas lulas grelhadas, tentando afogá-las num branco, impecavelmente, fresco, chegam-me as seguintes palavras, trazidas da mesa do lado:
"Domingo, domingo quero que se fo**m, aquilo é só lagartada, quero é que ganhem os nossos, que ganhem ca*a*ho! o nosso Matic, o nosso Markovic, o nosso Durossic (tradução: Djuricic)"
Os companheiros de mesa riram, alarvemente, mostrando o bolo alimentar e umas bocas com poucos dentes.
Confesso que as lulas se me enrolaram no estomâgo...
Acabei o vinho (que não tinha culpa nenhuma) e pedi a conta, o café seria tomado num sítio mais civilizado.
Levantei-me e atirei com um:
"Boa sorte para os vossos e vamos lá a ver se desta vez o vosso estádio não acaba de cair e não acabam todos à porrada no campo como é vosso costume."
Virei costas e saí.
Não me apetecia escrever este "post" mas ao ler " A Bola" de hoje, percebi que aqueles involuntários companheiros do meu almoço, provavelmente, são jornalistas, escrevem no pasquim da Travessa da Queimada. O que terá uma eventual vitória da Sérvia hoje a ver com o hipotético título do Benfica?
"Vitória da Sérvia, título do Benfica" diz-nos um Matic vestido cor de papoila saltitante; noutra página um Patrício vestido de verde, defende a baliza de Portugal.
Para muitos neste país (jornalistas incluídos) é o Sporting Clube de Portugal que vai jogar fora, mais logo, no estádio da Sérvia/Benfica.
Que vençam os nossos (o Sporting) e que percam os deles, ca*a*ho! (como diria o almoçante de sexta-feira).