Os nossos jogadores, um a um
Esta noite ficaram desfeitos alguns fantasmas que começavam a instalar-se nesta caminhada do Sporting rumo ao título. Que fantasmas eram esses? Que o Sporting tinha tendência para sofrer golos e perder pontos em Alvalade.
Nada disso sucedeu hoje. Vencemos com relativa tranquilidade o Boavista num jogo quase sem casos e sem brindes da arbitragem. Os golos surgiram naturalmente, ainda na primeira parte, na sequência de lances de bola parada, marcados por Ewerton (37') e Bryan Ruiz (45').
É certo que o Boavista entrou bem em campo, exercendo pressão alta e mal deixando o Sporting assumir o controlo do jogo. Foi uma espécie de teia montada pelos axadrezados no meio-campo. Mas aos 20 minutos a nossa equipa libertou-se da pressão e mostrou-se em grande nível. Nesse período surgiram os dois golos, ficando o resultado final selado logo ao intervalo.
No segundo tempo voltou a haver períodos de equilíbrio e o Boavista podia até ter marcado com um remate indefensável que esbarrou na baliza à guarda de Rui Patrício. Mas João Mário (76'), Slimani (81') e Carlos Mané (81') quase ampliaram a nossa vantagem, forçando Mika, guarda-redes do Boavista, a duas grandes defesas.
Para mim o melhor em campo foi o regressado Ewerton.
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RUI PATRÍCIO (7). Sempre muito interventivo, mostrou-se seguro durante toda a partida. Lançou muito bem o nosso ataque aos 19'. Boas defesas aos 59' e 78'.
SCHELOTTO (6). Vai ganhando ritmo e entrosamento com os colegas. Foi uma unidade móvel quase sempre em destaque. Faltou-lhe centrar com mais acerto.
RÚBEN SEMEDO (6). Jesus reiterou-lhe a confiança apesar da exibição menos conseguida frente ao Bayer. Começou intranquilo mas ganhou consistência ao longo do desafio.
EWERTON (8). Regressou à titularidade e fez tudo bem. Audaz, foi à frente procurando o golo. E marcou mesmo, de cabeça, aos 37'. Cortes defensivos impecáveis (77' e 84').
MARVIN (5). Esforça-se mas tarda em demonstrar a mesma utillidade que o ausente Jefferson. Falta-lhe mais intenção atacante e maior pontaria nos cruzamentos.
ADRIEN (6). Jogou na posição habitual de William, hoje ausente por acumulação de cartões. Voltou a evidenciar-se na dinâmica da equipa, embora sem a influência revelada noutros jogos.
JOÃO MÁRIO (7). Qualidade de passe, admirável domínio de bola nos espaços curtos, grande capacidade de desmarcação. Podia ter marcado aos 76'. Merecia esse golo.
GELSON MARTINS (7). Muito dinâmico, foi travado em falta várias vezes pelos axadrezados. Numa dessas faltas, aos 40', o árbitro poupou o cartão vermelho directo ao defesa agressor. Mereceu a titularidade.
BRYAN RUIZ (7). Começou a dar nas vistas aos 18' com um cruzamento soberbo que Teo desperdiçou. Marcou muito bem o canto de que resultou o primeiro golo. E marcou o segundo, de livre.
TEO GUTIÉRREZ (4). Jesus voltou a apostar nele como titular, mas foi mais uma oportunidade desperdiçada: o colombiano limitou-se a rematar uma vez para fora. Saiu aos 62', desta vez sem assobios.
SLIMANI (6). Muito marcado, desta vez ficou em branco. Andou demasiado tempo longe da zona de tiro. Rematou forte e bem colocado aos 81', forçando Mika a uma excelente defesa.
CARLOS MANÉ (6). Substituiu Teo aos 62', com melhor desempenho do que o colombiano. Quase marcou o terceiro golo numa recarga, acabando por rematar ao poste.
AQUILANI (5). Entrou aos 78', rendendo Gelson Martins. Nessa fase da partida, o treinador pedia contenção à equipa. Missão que o italiano cumpriu.
MATHEUS PEREIRA (4). Substituiu um fatigado João Mário aos 85'. Quase não chegou a ter tempo para mostrar os dotes que já evidenciou nesta temporada.