Os mirabolantes milhões que Mendes encaixou com Bruno Fernandes
5,5 Milhões de Euros. Por extenso: Cinco vírgula cinco milhões.
Foram os "custos de intermediação" da transferência de Bruno Fernandes para o Manchester United, segundo o comunicado publicado pelo Sporting na CMVM no final da semana passada.
https://web3.cmvm.pt/sdi/emitentes/docs/FR74426.pdf
Esses 5,5 milhões (10% - dez por cento - dos EUR 55 milhões da venda) comparam com 34 milhões de encaixe líquido para o Sporting com o negócio (https://www.abola.pt/nnh/2020-02-22/sporting-bruno-fernandes-rendeu-34-13-milhoes/830479), descontadas as fatias da banca e outras. Ou seja, os agentes facturaram cerca de 16% do que o clube, proprietário do passe, encaixou.
E quem são esses agentes?
(in Record)
Ora, a Positionumber, do empresário de Bruno Fernandes, e... a Gestifute - sim, a de Jorge Mendes. Porque é que o empresário de BF, o Sporting e o clube interessado na contratação precisaram do "superempresário"? Não sabemos.
Recorde-se que este é o mesmo Mendes cujos negócios com SLB, FCP e outros clubes estão a ser investigados por suspeitas de fraude fiscal e branqueamento de capitais:
https://www.record.pt/futebol/detalhe/benfica-fc-porto-sp-braga-e-jorge-mendes-investigados
Será que a direcção do Sporting era tão incompetente para vender o melhor jogador do plantel - e do campeonato português - que precisou da ajuda de Mendes?
Gostava de ver Frederico Varandas no Jornal da Noite da TVI ou em 5 edições seguidas no Record a explicar aos sportinguistas estes negócios e comissões.
Também o de Ilori.
E a venda de Thiery, também intermediado por Mendes.
Gostava de ver, mas sei que não verei.
Como já aqui escrevi várias vezes, acredito que, a caminho de meio do mandato da actual direcção, se tornou mais do que evidente a falta de rumo do Clube e a incapacidade para preparar uma época num desporto altamente competitivo e profissionalizado como é hoje o futebol. Com o conflito com a oposição interna (a "escumalha", nas palavras do próprio) em níveis perigosos, c. de 5 mil pessoas (entre elas, eu) participaram na maior manifestação de que há memória em Alvalade há c. de 2 semanas, prova do enorme descontentamento entre os sportinguistas. Estou certo de que, hoje, Varandas perderia as eleições. Perderia, e por muito. Ele próprio sabe disso, daí agigantar inimigos internos (meros vândalos, para os quais está aí a PSP e estão aí os tribunais), apresentando-os como a maior ameaça à Humanidade desde a Peste Negra.
Não é só o clima de guerra civil e o aprofundamento de divisões entre sportinguistas; não é só pelos maus resultados, pelo depauperamento do plantel de futebol e pela mediocridade que se vai instalando no clube a todos os níveis. A demissão da actual direcção é uma urgência por sucessivas e reiteradas decisões de gestão lesivas para as finanças e a reputação do Clube.