Os melhores golos do Sporting (2)
Golo de IORDANOV
Sporting-Marítimo (final da Taça de Portugal)
10 de Junho de 1995, Estádio Nacional
Não é certamente o golo mais bonito que vi marcado por um jogador meu, do meu clube, com a minha camisola. Mas é o golo mais importante da minha vida de Sportinguista. A seca de títulos durava há 8 anos (Supertaça 1987) e o Jamor vestiu-se de verde e branco para receber uma das melhores equipas do Sporting das últimas décadas, com Figo, Balakov, Carlos Xavier ou Sá Pinto.
Era 10 de Junho de 1995 e jogávamos contra o Marítimo de Everton, Heitor e Alex. Antes de começar, um cão atira-se ao braço de Vujacic que joga com uma ligadura e me fez temer pela sorte. O Sporting é um clube a quem tudo acontece, mas a tarde de calor estava demasiado perfeita para nos vergarmos às nuvens negras.
Era a minha segunda final da taça no meu sítio de sempre: o muro na curva da Juve Leo. Tinha perdido a anterior para o Porto de Robson na finalíssima mas desta vez os astros estavam alinhados: um adversário mais acessível, novamente uma grande equipa, e um grande ambiente. E o último jogo de Figo e Balakov com a nossa camisola.
Mas não foi nenhum deles que brilhou. Foi Iordanov, o meu ídolo de sempre. Búlgaro tosco com uma alma daqui à lua, com um amor eterno ao Sporting que já aqui relatei. Marcou os dois golos de cabeça (aos 9 e aos 85 minutos), rematou aos postes, ensaiou bicicletas e pontapés à meia-volta. Correu, lutou, brigou, marcou, festejou e saiu em ombros. Foi, como sempre foi, um herói improvável, exemplar na dedicação ao meu, dele e nosso Sporting.
A minha escolha vai por isso para o segundo golo de Iordanov a 10 de Junho de 1995. O meu primeiro título ao vivo e a cores, o primeiro que a minha geração recordará na pele, com um golo a ditar o game over da longa seca, com um golo a fazer acreditar que era possível dar a volta.
Obrigado, Iorda. Sporting, sempre.