Os melhores golos do Sporting (10)
Golo de MATIAS FERNÁNDEZ
Manchester City-Sporting
15 de Março de 2012, Etihad Stadium
Este texto é sobre um golo marcado na segunda mão dos oitavos-de-final da Liga Europa, em Manchester, contra o multimilionário City, mas até podia ser sobre o golão marcado em Alvalade pelo Xandão. Quem não se lembra? Um golo de calcanhar do central brasileiro depois de um livre marcado pelo... Matias Fernández. O golo de que quero aqui falar foi marcado justamente por ele quinze dias depois, em Inglaterra, com um ambiente brutal e com o Sporting a ter que aguentar a vantagem de 1-0 que já vinha de Lisboa. A equipa, treinada por Ricardo Sá Pinto, tinha bons jogadores, alguns excelentes, já tinha Rui Patrício na baliza, só que denotava alguma imaturidade, como se viria a verificar mais tarde.
Eu já tinha vibrado com o jogo de Alvalade, estava muito entusiasmado com a segunda mão e na altura desta segunda parte da eliminatória estava em Nova Iorque, cidade onde por norma o futebol, ou o soccer, não tem adeptos por aí além. Pior, ou melhor, fazia 40 anos nesse dia e sabia que me iria lembrar para sempre da data e do que o meu Sporting me iria "oferecer". Felizmente, ofereceu-me um arranque impressionante, um jogo de alta pressão e emoção até ao fim. Contra tudo e contra todos, sobretudo contra os comentadores que deram o Sporting como eliminado à partida, depois do City ter despachado o FC Porto com 6-1 no conjunto da eliminatória. Fomos nós, contudo, que despachámos o Manchester City de Mancini, que tinha em Balotelli uma das suas (muitas) estrelas.
Matias com aquele golo soberbo de livre e o saudoso Ricky Van Wolfswinkel marcaram os dois golos (3-2) que nos deram um empate na eliminatória com vantagem por causa dos golos marcados fora de casa.
Passámos com imensa justiça e uma alegria enorme que vivi a partir dos EUA, em Manhattan, perto da Wall Street, num restaurante-bar completamente cheio de norte-americanos doidos com um qualquer jogo de basquetebol universitário - depois de percorrer meia cidade à procura de um sportsbar. Tive que pedir a vários empregados para encontrar um canal que passasse o jogo e felizmente consegui que me sintonizassem a mais pequena das televisões, perante o olhar incrédulo de meia dúzia de yankees. Foi aí que vi Rui Patrício, Ínsua, Matias Fernandéz, Wolfswinkel, Diego Capel, entre outros, fazerem um jogo do outro mundo, mostrando o que é o Sporting e a sua verdadeira raça.
Eu vibrei do outro lado do mundo, todo vestido de verde dos pés à cabeça. Acabei a noite a jantar no Buddakan, no Meatpacking, porque não se fazem 40 anos todos os dias e porque o Sporting me deu essa grande alegria. Mais uma de muitas, por muitos e bons anos.