Com o devido respeito, não pode comparar o fim com o princípio.
Estou a comparar os jogadores contratados por Varandas à época em que escrevo. No caso de Plata, como é sabido, só jogou na prática meia época. Isto sem esquecer que o futebol está parado há quase três meses. Se você escrevesse sobre o Slimani dos primeiros seis meses no Sporting, em que foi um jogador indisciplinado e muito irregular, seguramente não lhe daria a tal nota máxima. Até lhe daria uma nota inferior à que atribuo ao Plata. Fazer o totobola à segunda-feira é sempre mais fácil. Mas é um exercício inútil.
Sporar "não mostrar nada" é culpa de quem? Do jogador, que chegou no fim de Janeiro e está sem competir desde o início de Março? A verdade é que já fez três golos em duas competições neste tempo muito reduzido. E mantém-se na fila da frente entre os melhores marcadores da Liga Europa. Isso é "não mostrar nada"? Não posso discordar mais.
Na minha avaliação dos jogadores, não entra em linha de conta o preço que custaram nem o valor ou percentagem do respectivo passe. Isso é matéria para outros textos. Aqui limito-me a observar o mérito ou demérito que exibem entre as quatro linhas.
Com raras excepções (tipo Barcos, Mota, ou McDonald… estes lembrei-me sem ir à Wikipedia) qualquer tronco que alinhe a ponta-de-lança do Sporting acaba por marcar golos (do Nalitzis ao Luís Phyilipe - ou lá como se escreve - passando pelo Tiuí), por isso, não me parece especialmente relevante o facto de o Sporar já ter marcado 3 golos. Mas, sim, admito que se baixarmos suficientemente a fasquia, eliminarmos o preço da nossa consideração, e formos optimistas quanto ao seu rendimento futuro, podemos dar nota alta a 4 das 14 das contratações do Dr. Varandas.
Houve muitos pinos, na última década, que não marcaram nem um golito. Lembro-me do Meli, do Paulista, do Spalvis, do Balada, do Barcos, do Markovic, do Shikabala. Alguns nem calçaram. E também não precisei de ir à Wikipédia.
O Barcos foi logo o primeiro mencionei. Dessa lista só o Spalvis é um "9", que era do que estava a falar, mas é difícil marcar golos com uma rotura dos ligamentos do joelho. Não percebo porque foi buscar as más contratações do anterior presidente - obviamente que as houve - mas, tudo considerado, no deve e no haver, não me parece que haja muita comparação com o actual.
O Shikabala nem percebi se era 9 ou 10 ou 11. Mas fui um dos que o aplaudiram em Alvalade, naqueles empolgantes dez minutos em que ele calçou e fez dois dribles com a bola dominada.
Só por esse saudoso momento já merecia nota 1. Melhor que o Fernando e ao nível do Jesé.
Mas, lá está, esse finta não custou nada ao clube (o Shikabala custou 225K e foi vendido por 590K). O mesmo não se pode dizer do Fernando (seis meses de salários, e nem sequer fez um drible com a bola dominada) e do Jesé (2M, segundo o ReC, a não ser que o PSG tenha tido pena de nós).