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Os jogadores de Varandas (12)

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JESÉ

No gabinete de Frederico Varandas em Alvalade devia haver uma frase emoldurada avisando-o para nunca proferir declarações públicas sobre as características deste ou daquele jogador. Sobretudo dos jogadores que manifestamente desconhece. Evitaria assim o erro cometido há nove meses, numa entrevista à Sporting TV que acabou por dar muito que falar embora não pelos motivos que o presidente leonino esperaria.

«O Jesé é um avançado que está identificado há muito tempo. Finalmente encontra-se comprometido com a sua profissão. Se me perguntarem se gostaria de ter o Jesé de há três anos eu digo que não. E disse isso mesmo ao jogador. Mas agora é diferente, recolhi informações com pessoas que partilharam o balneário com ele e hoje sei da vida dele dentro e fora de campo. Saiu o Bas Dost, mas o Jesé é também um avançado-centro.»

Assim falou Varandas nessa entrevista, referindo-se a Jesé Rodríguez, que nada tem de "avançado-centro", sendo antes um ala. Embora, em boa verdade, mal nos tenhamos apercebido disso pois o espanhol - que chegou ao Sporting a 2 de Setembro, por empréstimo do Paris Saint-Germain - raras vezes deu um ar da sua graça, tanto no relvado de Alvalade como em qualquer outro estádio do País.

Noutros tempos, Jesé chegou a ser muito promissor. Oriundo das escolinhas do Real Madrid, ascendeu à equipa principal aos 18 anos, pela mão de José Mourinho, e figurou no plantel campeão dos madrilenos em 2011/2012. Mas não voltou a ser o mesmo desde que contraiu uma grave lesão, em 2014. Em Paris também não vingou, acabando por saltar de empréstimo em empréstimo.

No Sporting, para não destoar, deixa um rasto paupérrimo. Um mês depois de ter chegado, já se dava como certo que seria devolvido. Actuou apenas 522 minutos no campeonato nacional, quase sempre como suplente utilizado, e limitou-se a marcar um golo. Ao V. Guimarães, em Outubro. Mas mesmo aí conseguiu dar mais nas vistas pela forma insólita como celebrou no balneário do que pela exibição em campo. 

Não viria a repetir a graça. Fez o último jogo pelo Sporting, a 27 de Janeiro, na tangencial vitória leonina em casa sobre o Marítimo. Silas ainda apostou nele como titular, mas ao fim de uma hora, com o resultado em branco, trocou-o por Plata - e fez bem. O espanhol não gostou de ser substituído mas com ele em campo talvez não tivéssemos alcançado os três pontos.

Rúben Amorim, mal chegou, comunicou aos responsáveis da SAD que não contaria com ele. No final de Abril, com as competições paradas devido à pandemia, o Sporting comunicou ao PSG a intenção de dispensar o jogador antes do prazo previsto para o termo do empréstimo. Rejeitando, obviamente, accionar a cláusula de opção a que tinha direito: sete milhões de euros, cifra delirante, que o espanhol de forma alguma justifica. 

Resta acrescentar que Jesé nunca cumpriu 90 minutos de um jogo ao serviço do Sporting e recebia um salário bruto de seis milhões de euros por época. Compará-lo a Bas Dost não é só um disparate: é quase uma heresia.

 

Nota: 1

4 comentários

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    Pedro Correia 30.05.2020

    Se não é "profissional de futebol", convém comunicar isso ao PSG. A cujos quadros este jogador pertence.
    Noutros tempos, como afloro no texto, Mourinho chegou a fazer-lhe rasgados elogios.

    Quanto ao resto, obviamente, concordo consigo. E é muito pertinente a alusão que faz ao miserável jogo contra o Alverca - uma das maiores nódoas de sempre do futebol do SCP.

    Não posso é dar ao Jesé nota abaixo de 1. Essa seria o zero, que já dediquei ao Fernando, um "craque" brasileiro que nunca chegou a calçar pelo Sporting.
  • Sem imagem de perfil

    Anonimus 30.05.2020

    Com o mal do PSG posso eu bem.
    Lembro-me dele num euro sub qualquer coisa a rebentar com a selecção nacional. Muito acima dos restantes 21 em campo.
    Entretanto perdeu-se, tal como muitos outros. Dani, o "nosso", é um bom exemplo. Não querem fazer os sacrifícios necessários. Sentem-se confortáveis com um chorudo contrato a 5 anos. Não têm estabilidade familiar (parece que este cromo colecciona mulheres, separações, filhos a quem não liga), quer é festa. Olhe-se para o Djaló, claro que não era estrela, mas a diferença de rendimento desde que largou a esposa e meteu com a Floribella siliconada.
    Apostar num tipo destes é apenas imbecil.
    O bónus? Arrisca-se em redimir este badameco, mas não se investe num Matheus porque é "problemático".
  • Imagem de perfil

    Pedro Correia 30.05.2020

    Você tem razão em muito do que escreve. Daí a nota 1 que dou a este falhado.
    Felizmente "só" veio por empréstimo. Podia ter sido ainda pior.
    De qualquer modo, já merece o Prémio Hugo Viana. Venceu (aos pontos) o tal Fernando, que não chegou a calçar.
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