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És a nossa Fé!

Os jogadores de €20 milhões

Em tempo de guerra não se limpam armas, mas chegado este intervalo é a hora de fazer o balanço e de afirmar muito do que foi calado durante a época.

No final de um jogo onde alguns dos jogadores da Academia que andaram a rodar para ganhar estaleca deram a melhor conta possível no tempo e espaço que lhes foi oferecido, ouço o nosso treinador, com ar pesaroso e fatalista, a lavrar sentença procurando evangelizar o povo créu na religião da Academia, no sentido de que esta tem tido demasiado peso no plantel e que com ela e sem recorrermos a craques  - como "os outros que contratam jogadores de €20 milhões" - nunca teremos hipóteses de passar do que temos sido ao longo da última década e meia.

Foi há 24 horas e ainda estou de queixo meio caído.

 

Os "culpados"

 

Gelson, Ruben Semedo, Rui Patrício, Adrien, William, Beto, Esgaio mais tarde Podence são dos últimos a que me ocorre atribuir responsabilidades especiais pela má época. A estes juntaria Bruno César, Bas Dost, Alan Ruiz, Coates e Paulo Oliveira.

Junto a isto outro dado que me ocorreu pouco depois de ouvir o nosso treinador: Iuri Medeiros foi o segundo melhor marcador de entre os quadros do Sporting Clube de Portugal, marcou mais um do que Gelson e não se fez rogado em assistências.

 

Afinal porque tivemos uma época tão abaixo das expectativas?

 

Não sou fundamentalista da Academia. De todo.

Sou fundamentalista de ter no Sporting Clube de Portugal os melhores que podemos contratar e manter de forma sustentável. Sou fã de Bas Dost e acho que foi uma excelente aposta. Sei até que é impossível acertar em todas as contratações ou até na maioria. Mas também consigo ver quando a conversa atinge um patamar alheio aos factos.

 

A verdade é que este ano foi um daqueles anos em que mais suspirei por vários jogadores que já são nossos, da Academia e que, ou não estavam ao nosso serviço, ou permaneciam arredados do plantel.

Fi-lo sempre que Castaignos tocou na bola, sempre que no banco ou na bancada via jogadores que nem calçavam - como Meli. Sempre que Bryan Ruiz destruia mais um pouco a excelente imagem que tinha deixado e que o treinador teimava em exibir.

Fi-lo quando Campbell demonstrava que já tinha dado tudo o que tinha para dar e se mantinha entre os eleitos; sempre que Markovic tinha ainda mais uma oportunidade para revelar que já não era o que foi; sempre que Petrovic ocupava posição no meio campo. Sempre que Elias.... Aí cheguei a chorar (tal como quando Schelotto renovou em janeiro). Sempre que Douglas... quem? Sempre que Marvin fazia 10 jogos péssimos por cada um brilhante.

 

Saudades do Futuro

 

Foi uma época dolorosa, amenizada pela perspetiva de termos jogadores que estavam a amadurecer e a dar genuínas provas de que serão excelentes reforços.

Foi uma delícia ver o Francisco Geraldes e ficar com água na boca para o ver jogar mais. Foi muito bom ver Podence a conseguir aproveitar uma rara oportunidade que acabou por ter. É muito bom ver que Palhinha tem lugar nos 23. É muito bom imaginar Iuri a ser o segundo melhor marcador dos quadros do Sporting e a poder marcar os golos com a camisola certa.

Não fazem um plantel completo? Não. Nem todos serão titulares? Não. Mas atirar para fecho de época uma atorda de "ou compras jogadores de €20 milhões ou não chegas lá", também não engulo. Engulo... Faz-me lembrar o Imbula. Valha-me São Sinama-Pongolle!

Quanto investimos na época passada em assinatura, salários e passes de André, Elias, Markovic, Petrovic, Douglas, Campbell, Meli e outros que tais?

 

A camioneta de jogadores

 

Não, o Sporting não tem dinheiro para comprar uma camioneta de jogadores de 5 a 20 milhões cada para ter deles a mesma taxa de sucesso que tivemos este ano (de caras ficam para o ano Bas Dost e Alan Ruiz). Temos que conseguir fazer melhor, muito melhor com o que temos e com o que pagamos à nossa equipa técnica.

 

Bas Dost custou €10 milhões. Slimani €300 mil. Ambos craques, ambos matéria-prima para clubes campeões.

O que interessa não é comprar caro, é comprar bem e escolher bem em cada domingo. 

Enquanto assim não fizermos, e pegando no exemplo da época que termina, hei-de continuar a "chorar pelos meninos".

Saudações leoninas.

3 comentários

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    Antónimo 23.05.2017

    A batalha de Aljubarrota foi ganha porque Alvares Pereira teve a ajuda dos ingleses e copiou as suas tácticas.
    Teve sorte pela sobranceria e subestimação dos castelhanos pois conseguiu escolher o terreno para a refrega.
  • Sem imagem de perfil

    Leão da Estrela 23.05.2017

    Escolher o campo de batalha, o posicionamento do seu acampamento, a hora da refrega, a colocação dos seus homens (segundo consta havia uma relação de 1 português para 6 castelhanos, estes sim auxiliados por franceses e flamengos, além de possuírem cavalaria pesada, algo que os portugueses praticamente não tinham) e a tática de combate, demonstram as qualidades e a inteligência de uma líder.
    Ter crença em ganhar e vontade de vencer são predicados necessários para se chegar à vitória. Quando vejo neste momento o treinador do Sporting a refugiar-se em desculpas, necessidades e problemas, sinto que ele próprio não têm crença em si, logo, se não crê no seu trabalho como poderá incutir num grupo de homens a intensidade, vontade e a crença que serão os grandes vencedores? Não consegue e isso notou-se em toda a época. Mais grave é quando o comandante não tendo crença no seu trabalho se eleva em elogios próprios quando as coisas correm de forma mais positiva, mas quando apareciam os desaires a culpa era atirada para todo o lado, inclusive aos seus jogadores. Erro crasso e maior em quem quer liderar um grupo vencedor.
    Neste momento só os adeptos e não todos, é que mantém alguma crença na vitória, o que torna urgente a mudança de atitude e de mensagem. Se não resultar com quem está neste momento, será necessário mudar para alguém que o consiga, porque, a manter as coisas como estão os próprios adeptos perdem também a crença na equipa e na vitória.

    S.L.
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