Ora vamos lá falar de claques...
1 - Rui Mendes, adepto do Sporting que assistia à final da taça de Portugal em 1996, foi assassinado com um very-light arremessado por Hugo Inácio, membro da claque No Name Boys.
Hugo Inácio foi condenado a quatro anos de prisão por negligência grosseira. Quando lhe faltavam 15 meses e 6 dias de pena efectiva, não regressou à prisão após uma saída precária. Foi recapturado em Fevereiro de 2011. Em 2012 foi novamente detido por arremessar uma cadeira que atingiu um agente da autoridade, causando-lhe ferimentos na mão e na perna. Foi condenado a 18 meses de prisão efectiva e impedido de entrar em recintos desportivos durante dois anos. Em 2017 voltou a ser condenado a uma pena de prisão efectiva. Desta vez, Hugo Inácio foi punido com três anos de cadeia e proibido de frequentar recintos desportivos durante sete anos, por ter feito deflagrar uma tocha no Estádio da Luz e por ter sido detido pela PSP, já no exterior, na posse de outra. Foi novamente detido, em 20 de janeiro de 2018, quando estava a assistir ao encontro entre o Benfica e o Desportivo de Chaves.
2 – Incidentes nas imediações do Estádio da Luz, quando o jogo Sporting-Benfica se realizou no Estádio Alvalade, entre as claques Juve Leo e No Name Boys resultaram na morte do cidadão italiano Marco Ficini, adepto do Sporting, assassinado por atropelamento às mãos de Luís Pina, membro da claque não oficial, No Name Boys.
O processo ainda aguarda julgamento, no entanto Luís Pina, de 36 anos, já tinha sido condenado duas vezes: em 2003, por detenção de arma proibida, num processo que transitou em julgado no final de 2004 e ficou extinto com o pagamento de multa e em 2011, por participação em rixa em recinto desportivo (no estádio José Alvalade, antes de um dérbi), onde ficou com pena suspensa de um ano e quatro meses num processo que transitou em julgado em fevereiro de 2016.
Vamos por partes, no 1º ponto, um cidadão desloca-se ao estádio para assistir a um espectáculo desportivo e perde a vida. Sem claques, muito provavelmente ainda estaria vivo. No ponto 2 o caso é totalmente diferente, tratou-se de rixa entre vermes, escória da sociedade, apenas a cor os distingue, mas a escumalha é a mesma. Obviamente que lamento o assassinato, mas ali não estavam pacatos cidadãos, ali estavam bandos de hooligans, organizados em busca de sangue.
Recentemente assistimos ao lançamento de tochas para Rui Patrício e por fim o assalto a Alcochete. É tempo de dizer basta! É tempo de colocar um ponto final nesta história triste que já vai longa.
Discordo totalmente que estejam a ser vendidas gamebox a preço reduzido a membros das claques. É inaceitável que “a casinha” ou qualquer metro quadrado nas instalações do clube esteja ocupado ao serviço de organizações violentas, integrando membros que são criminosos. Mesmo que uma maioria não o seja, diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és… Quando vou ao estádio a minha preocupação é escolher um lugar bem longe dos selvagens, não importa a cor da camisola...
Enquanto sócio, quero ouvir dos candidatos à presidência do clube o que pensam fazer relativamente a este assunto. Discordo de todos os que exigem que um rival legalize as suas claques, denunciem os apoios, que é outra questão, mas prefiro mesmo ilegalizar as claques do Sporting Clube de Portugal. Todas elas…