Onde pára a oposição?
Mesmo depois duma época desportiva que muito deixou a desejar, a Assembleia Geral de sábado demonstrou que mais de 70% dos sócios estão com a Direcção eleita, e que existe uma paz e estabilidade no clube bem superior relativamente à que existia dois anos atrás. A derrota colossal de Nuno Sousa nas eleições fez desmobilizar muita gente que acreditava no legado de Bruno de Carvalho e queria ajustar contas com o passado. E na AG lá esteve ele, mais o Augusto Inácio, a dar a cara pela oposição, no caso dele a questionar a Direcção. De outros ex-candidatos nada se soube.
Uns dias antes o mesmo Nuno Sousa tinha estado num podcast com os líderes da Juveleo, o Mustafá e o António Cebola, e a convergência de pontos de vista foi evidente. Basicamente o Varandas é o pior presidente de sempre, não tem vergonha na cara e tem de sair a bem ou a mal. Em caso de derrota no futsal teria havido confusão, mas com o título conquistado no salão de festas da Luz também a Juveleo terá dado por finda a época e ido a banhos, ignorando a AG. Fizeram bem porque estavam quase 40º em Lisboa.
Do que se disse na referida AG retive três coisas:
1. O clube tem contas equilibradas dentro duma política de controlo de custos nas modalidades de competição e de formação paga pelos próprios (ginástica, natação e... voleibol à cabeça).
2. O estádio de Alvalade vai ser intervencionado e melhorado, o que já não era sem tempo, mas vai ser bem difícil fazer daquela "Taveirada" com fosso e tudo um estádio que orgulhe o clube como o magnífico pavilhão João Rocha.
3. As modalidades mantêm-se com o mesmo nível de orçamentos, com o hóquei em patins feminino a dar lugar ao basquetebol, que tem outra capacidade em termos de formação.
O que não ouvi foi que o Sporting ia investir para ganhar em todas as modalidades, e que tudo o que não fosse conquistar títulos seria uma derrota. Isso ouvi relativamente a outra AG, doutro clube.
Sendo assim conviria que existisse uma oposição estruturada e liberta da "canga" brunista, que neste momento apenas significa radicalismo e derrota. Uma oposição que apresentasse uma visão diferente para o clube e para a SAD. Talvez com mais ambição, com outra atitude, com mais investimento, com mais vitórias, com mais muita coisa para conseguir dar luta sem tréguas ao rival do outro lado da 2.ª circular. Ou então com menos, ainda mais apostada na formação no futebol e nas modalidades, querendo comprar só jogadores baratos e preferencialmente sem empresários nem comissões, não mais negócios com o Jorge Mendes, pobrezinhos mas honradinhos.
Onde é que pára essa oposição? Que tem para propor de diferente? Que esperam para se chegarem à frente?
A continuarmos assim, daqui a nada só mesmo se ele não quiser é que não é reeleito.
SL