O tempo de Tobias
Vá-se lá saber porquê, alguns sportinguistas insistem em propagar a tese de que os jogadores que não integram a equipa são sempre superiores aos que lá estão. Lembrei-me disso ontem à noite ao ver o desempenho - digamos mediano - de Tobias Figueiredo no eixo da defesa da selecção sub-21 derrotada (1-3) frente à Inglaterra. O nosso central da equipa B, com responsabilidades no lance que originou o primeiro golo inglês, tem vindo a ser invocado por aqueles que no Sporting estão sempre dispostos a mudar tudo a qualquer momento só porque não gostam de quem lá está. Este jogo (em que Bruma foi o melhor dos portugueses) deixou no entanto bem evidentes as limitações de Tobias quanto à perspectiva de integrar desde já a equipa principal, sobretudo na condição de titular. E o primeiro a reconhecer isso, como é óbvio, será quem identifica as virtudes e os defeitos dos jogadores como ninguém, porque trabalha com eles todos os dias: Marco Silva.
As longas caminhadas fazem-se sempre com pequenos passos. Tudo tem o seu tempo. Tobias, agora com 20 anos, também terá o seu. Mas não o pressionem a dar o passo maior do que a perna, projectando-o para desafios ainda excessivos para as suas capacidades momentâneas. E refiro-me sobretudo àqueles treinadores de bancada que, ao mínimo deslize e ao menor desaire na equipa principal, logo se apressariam a defender que ele desse o lugar a outro.