O Tarzan do 5.º Esquerdo
Parem as máquinas: Madeira Rodrigues está «alarmado» com o futuro do Sporting. Esforça-se em explicar porquê numa prosa estampada na Tribuna Expresso.
Quem tiver paciência que a leia.
Eu só posso concluir: este homem vive em permanente estado de alarme.
Durante o consulado de Bruno de Carvalho, alarmado com o que ia sucedendo, passou três anos a combater corajosamente o presidente oculto num pseudónimo em língua estrangeira.
Após a queda de Carvalho, candidatou-se à presidência no nosso mais concorrido processo eleitoral de sempre. Dizendo-se alarmado com o que poderia suceder ao Clube. Mas não o suficiente: foi incapaz de levar a candidatura até ao fim, abandonando a corrida antes de chegar às urnas.
Depois do anonimato, a deserção. Porém, as sinetas de alarme continuavam a soar dentro dele. Tanto assim que decidiu apoiar um dos candidatos, seu anterior rival, alegando que assim ambos conseguiriam «juntar forças» perante outros oponentes.
A "força", afinal, revelou-se muito fraca: esse candidato apoiado por ele não chegou a conseguir 15% dos votos. Confirmando que certos apoios, em vez de somarem, subtraem.
Batendo agora no peito, qual Tarzan do 5.º Esquerdo, vem Madeira "City" Rodrigues proclamar que «Varandas (tal como Benedito) não estava preparado para a dificuldade do cargo, muito menos numa situação como a que estamos a viver e, tal como o seu antecessor, tem-se preocupado em demasia com a sua imagem pessoal».
Fantástico: consegue arrasar Carvalho, Varandas e Benedito numa frase só. À campeão.
E no entanto, cometa Varandas os erros que cometer, tenha Carvalho os defeitos que tiver, revele Benedito as insuficiências que revelar, nem quero imaginar como estaria o Sporting ao longo destes anos com o desassombrado "City" a segurar no leme.
Há experiências que convém nunca fazer.