O sueco chegou
O sueco das capas dos jornais já está em Lisboa. Se estudou, passa nos exames e é apresentado amanhã. A meu ver, o único problema com a contratação prende-se com a dificuldade em escrever e, principalmente, em dizer Gyokeres (falta-me o trema algures). Será fatal que passe a ser apenas Viktor, tal como, em tempos, Jimmy Floyd Hasselbaink passou a ser simplesmente Jimmy, no Campomaiorense ou Boavista (não faltam outros exemplos). De resto, tudo normal:
A novela – Não acredito por um minuto que o sueco fosse o único alvo e que durante estas semanas não se tenha trabalhado em alternativas. A novela foi sobretudo mediática e o Sporting nada fez para a parar. Mas não concluo imediatamente que houve falta de habilidade na negociação. Já tivemos disso no ano passado e acredito que tenha passado;
A proveniência – A segunda liga inglesa é tremendamente competitiva e não é assim tão estranho pagar mais de 20 milhões por um jogador que lá estava. O Brighton pagou cerca de 30 milhões para ter João Pedro, avançado brasileiro que brilhou no Watford. Além disso, a proveniência não é determinante. Slimani chegou da pouco competitiva liga argelina e tornou-se goleador. Kutozov vindo do Milan ou Caicedo, do City, pouco ou nada fizeram. Os goleadores dos anos 2000, do rival nortenho, vieram de ligas tão competitivas como a japonesa ou a mexicana. Conta a qualidade;
O custo – A comparar com os investimentos dos rivais, é um valor que não foge muito às contratações de Carmo ou Kocku e que está em linha com a atualidade. Estranhos, são os menos de 4 milhões que custa José Angel Carmona. Contra as críticas internas, comprar hoje em dia um bom avançado por 20 milhões não é assim tão escandaloso mesmo que sejam números recorde para o Sporting. Assim seja o goleador que todos esperamos e o sueco não será caro. Contratar um jogador por 20 milhões mostra ambição e passa a mensagem clara de que queremos ir à luta;
A posição – O Sporting precisa de um goleador mesmo que possa ter um ataque móvel e que Pote possa fazer de desbloqueador. Gyokeres deve ser o ponta de lançar titular, servido por Pote e Edwards nas alas. Chermiti pode também beneficiar do convívio com este “professor”;
Paulinho – Amorim gosta de Paulinho, que foi conquistando os adeptos (mais com trabalho do que com golos) e não creio que o início da era Viktor seja o fim da era João Paulo. Possivelmente está a ser pensado um esquema alternativo que, em certos jogos, junte os dois. Pelo menos, haverá maior luta por uma posição determinante;
O dorsal – Gyokeres vem para ser o número 9, mesmo que até usasse o 17 em Inglaterra. O Sporting passa a ter um 9 a ser servido por um 10 (Edwards) e por um 8 (Pote reclamou o número com o qual Fernandes ou Barbosa brilharam);
Suecos – O sueco será o terceiro do seu país a jogar pelo Sporting. Que comece por fazer bem melhor do que Hans Eskilsson e Pontus Farnerud e vá por aí fora.