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És a nossa Fé!

O Sporting de Rúben Amorim

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Pode ser benfiquista, pode não ter o 4.º nível de treinador, pode ter custado o que nunca custou um treinador em Portugal, pode ter estado associado a uma dívida desprestigiante a um clube regional que nos tem como alvo a abater, agora o que não há dúvida é que é um jovem treinador com as ideias bem arrumadas, assertivo, corajoso e determinado, com uma proposta de jogo interessante e da qual não abdica.

Muitos criticam-no pela rigidez táctica. Nesse aspecto, Amorim lembra os grandes treinadores ingleses que passaram pelo Sporting: explicam e treinam exaustivamente o seu sistema. Quando chegam ao jogo, seja qual for o adversário, o sistema é aquele; quando querem alterar qualquer coisa, trocam de jogadores, não trocam de sistema.

Muitos criticam-no por ser um treinador defensivo e apostar em três centrais. Ora os três centrais servem para defender melhor mas também para libertar os restantes para o processo ofensivo, eliminando a necessidade dum médio mais fixo e recuado, e promovendo um ataque com cinco elementos bem adiantados a ocupar toda a largura do terreno.

Muitos criticam-no pela sua inexperiência e não ter ganho nada de substancial, quando se esquecem que o Porto obteve muitos dos seus títulos e sucessos com treinadores jovens que foi buscar a clubes menores quando nada tinham ganho e muito menos derrotado sucessivamente os três grandes, como José Mourinho e Fernando Santos.

Poucos treinadores têm vocação ou capacidade para lançar jovens, e menos ainda para construir equipas à base de jovens. No Sporting lembramo-nos de alguns que fizeram mais ou menos isso com resultados excelentes, como Paulo Bento, Boloni ou Malcolm Allison. Como em tudo na vida, aprender demora tempo, os erros acontecem e fazem parte do processo de aprendizadem. Nem todos os treinadores estão para engolir erros que custam pontos. Cristiano Ronaldo e Quaresma, quando tinham a idade de Plata e Camacho, também falhavam muito e pouco produziam comparativamente com o que fizeram depois. 

Para mim, Rúben Amorim é de longe o melhor treinador com que Varandas contou, mesmo considerando que Marcel Keizer ganhou duas taças e poderia ter ganho mais se lhe dessem condições. 

Infelizmente também é de longe o que conta com menor número de jogadores de classe diferenciada. Os jovens são excelentes e serão craques algum dia, mas os craques de hoje, excepto Coates, foram-se embora ou estão em vias disso. Feddal não é Mathieu, Vietto não é Bruno Fernandes, Antunes não é Acuña, Sporar não é Bas Dost e Nuno Santos não é Nani. Ia a dizer que nem existe um jogador poderoso tipo Gudelj no meio-campo, mas a última exibição de Palhinha deixou-me com água na boca. Por isso mesmo, o futebol produzido por este Sporting de Amorim por vezes deixa muito a desejar, faltam os melhores intérpretes para as boas ideias, principalmente no processo ofensivo.

Infelizmente também nem todos os jovens são Nuno Mendes, altos e robustos. Não fiz as contas, mas o poder físico do plantel do Sporting (cms e kgs) é inferior à concorrência e mesmo de equipas bem abaixo da tabela. Isto nota-se na luta nas alturas e nas divididas.

Então há que ter paciência, aceitar que nem sempre vai existir ópera, valorizar as vitórias e a capacidade competitiva da equipa e a forma como estão a ser obtidas, com um aumento do valor de mercado do plantel em cerca de 30% desde que ele chegou e que pode chegar facilmente a muito mais, basta ver a evolução de jogo para jogo dum ou doutro jovem.

Mesmo contando com o desprezo e oportunismo de grande parte da classe política pelo futebol, bem representada pelo inútil secretário de estado, espero ansiosamente pelo dia em que me possa voltar a sentar em Alvalade para voltar a ver Amorim e estes jovens a cores e ao vivo, num ambiente despoluído de vírus e daquelas criaturas que não fazem lá falta nenhuma. 

SL

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