O "reforço" que nunca foi
Apresentado por Frederico Varandas como grande "reforço" do Sporting para a temporada 2019/2020, o brasileiro Fernando acaba de ser devolvido à procedência: já partiu para a Ucrânia, de onde tinha vindo por empréstimo do Shakthar. Regressa à base deixando um rasto paupérrimo por cá: nunca jogou na equipa principal.
«Quero ajudar com títulos e bastantes golos», disse o rapaz ao chegar, a 2 de Setembro, enquanto exibia as tatuagens para o fotógrafo oficial do Sporting. Promessas infundadas: desembarcou com queixas de «descompensação muscular», agravadas por uma virose, e nunca pareceu verdadeiramente recuperado, participando só em seis jogos da Liga Revelação, com um mísero golito. No fundo, nada surpreendente: na época anterior, tinha actuado em 22 partidas pelo Shakhtar, limitando-se a marcar por duas vezes.
Quando se atravessou por ele há quatro meses, numa entrevista à Sporting TV, Varandas demonstrou estar pessimamente informado pelo seu director desportivo e pelo departamento de prospecção do clube. «O Fernando é um extremo que foi considerado dos melhores do campeonato brasileiro em 2016/17 e 2017/18. Foi uma revelação do campeonato brasileiro.» Palavras do presidente sem a menor correspondência com os factos.
No longo estendal de barretes enfiados na última década por sucessivos administradores da SAD leonina, este candidata-se a ser um dos maiores. Ao nível de um Spalvis, de um Meli ou de um Paulista. Parte da crise estrutural do Sporting evidencia-se logo aqui: qualquer perna-de-pau aterra na Portela de Sacavém para se exibir de verde e branco.
Leitura complementar:
Um mistério chamado Fernando, texto meu aqui publicado a 12 de Novembro.