O que Varandas herdou
Frederico Varandas herdou um Sporting em grave crise financeira. Com problemas prementes de tesouraria. Com enormes dificuldades de financiamento, reflectidas no adiamento do empréstimo obrigacionista previsto para Junho. Com dois anos de receitas antecipadas do contrato com a NOS às quais já não poderá recorrer por terem sido gastas antes do tempo previsto para financiar despesas correntes. Com o brutal assalto de quase meia centena de criminosos aos jogadores e equipa técnica reunidos no centro de treinos em Alcochete, documentado por imagens que correram mundo. Com um plantel que ficou destroçado há escassos três meses (em parte refeito pela gestão interina de Sousa Cintra). Com os gravíssimos custos reputacionais provocados, até à escala internacional, pelo consulado Carvalho na sua desvairada recta final. Com um conflito aberto entre o clube e o principal accionista privado da SAD leonina. Com fortes suspeitas de desvio de verbas da SAD para financiar as modalidades. Com o nome do clube enlameado na chamada Operação Cashball. Com uma auditoria forense à equipa antecessora cujos resultados poderão condicionar a sua própria gestão.
São motivos mais que suficientes para ponderar muito bem o que se anuncia aos sócios, adeptos e simpatizantes do Sporting. E sobretudo para não cometer loucuras na gestão leonina sob o pretexto de alimentar uma insaciável espiral de promessas jamais cumpridas, como sucedeu nos cinco anos precedentes.
Ter a noção disto é condição fundamental para evitar erros. Bem basta o que ficou para trás.