O príncipe do nada
Não é a primeira vez que me refiro neste "blog" ao desempenho de Renato Sanches, faço-o para desmontar uma máquina de propaganda que começou em Portugal mas que, neste momento, vai estendendo os seus tentáculos até à Alemanha. O Bayern tenta livrar-se do barrete que enfiou e este folclore, estes prémios fazem parte.
Antes de continuar, esclareço que o título do "post" está relacionado com um poema de Sérgio Godinho, chamado Maré Alta, concretamente, com o verso: "aprende a nadar, companheiro".
Vejamos então se Renato sabe nadar e para isso recuemos à época anterior.
Na época passada representou duas equipas: o Benfica B e o Benfica, o primeiro esteve quase a descer de divisão (só não desceu devido a mais uma golpada de secretaria, desta vez envolvendo o Farense. Desportivamente, com os resultados conseguidos dentro das quatro linhas, descia de divisão) o segundo venceu a Liga da forma como sabemos, sem praticar o melhor futebol, sem ser superior, nem ao Sporting, nem ao Porto, nos confrontos directos. A vitória nessa Liga está a ser investigada pela Polícia Judiciária.
Na selecção nacional não participou em nenhum jogo da fase de apuramento mas foi passear a França, onde o seu grande momento é no jogo da final, foi substituído para entrar Éder.
Desde essa substituição não voltaria a calçar na selecção.
Vejamos, agora, qual tem sido o percurso de Renato Sanches no Bayern München (BM).
Parece claro que nos jogos mais complicados, Renato não joga, foi assim com o Werder Bremen, com o Hertha e com o Atlético de Madrid, nesses jogos o BM marcou dez golos e não sofreu nenhum.
Nos outros seis jogos do campeonato alemão e nos restantes dois da "Champions", Renato jogou mas sempre como titular substituído ou como suplente utilizado, Ancelotti não confia nele para os 90' e os números dão razão ao treinador.
Nestes oito jogos em que participou (exceptuando um que referirei mais à frente) o desempenho do BM foi sempre pior ou igual com Renato em campo. Há jogos, por exemplo, com o Hamburger SV que Sanches é substituído aos 61' com o resultado em 0-0, o futebol do BM melhora com a entrada de Vidal e vence o jogo.
Importa realçar que o melhor jogador europeu sub-21 da Europa em oito jogos (incompletos, é certo) não marcou nenhum golo, nem fez nenhuma assistência; o que nos leva ao tal jogo (o único) em que o futebol do BM melhorou com a entrada do "golden boy", foi no Allianz Arena, no dia 13 de Setembro, o BM recebia os russos do Rostov.
Renato entra aos 71', ainda a tempo de ver Juan Bernat ampliar a vantagem de 4 para 5-0.
Era o jogo ideal para Renato Sanches brilhar, mais uma vez ficou a ver os colegas brilharem, nesse dia foi o defesa esquerdo espanhol, um desconhecido para a maior parte de nós que saiu do banco para fazer uma assistência (para o 4-0 de Kimmich) e marcar o quinto a passe de Ribéry.
Conclusão, A Bola pode fazer as capas que desejar, chamar-lhe "Príncipe" na capa e "Menino de Ouro" na pág. 2, pode atirar pedras ao Record (pág. 3) Renato foi primeiro para 20 das 30 referidas publicações e só quatro deixaram-no de fora [sic]: Sport Foot Magazine (Bélgica), Komanda (Ucrânia), Fanatik (Turquia) e Record (Portugal)" que isso não vai mudar para melhor o desempenho do jogador.
Quanto a Renato Sanches desejo que consiga provar em campo as imerecidas honrarias que tem conquistado fora dele; aprende a nadar, companheiro.