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És a nossa Fé!

O ocaso do Brunismo?

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A AG de sábado, a que com muita pena eu e alguns outros Sportinguistas a 920km de Alcochete não pudemos comparecer para com as nossas dezenas de votos tornarmos a vitória ainda mais esmagadora, marcou, se calhar duma forma definitiva, o ocaso do Brunismo no Sporting.

Bruno de Carvalho foi reeleito em 04/03/2017 com quase 90% dos votos, entre o qual o meu e de muitos outros como eu, que não gostando particularmente da sua forma de ser e estar como presidente do Sporting, soubemos ser gratos pelo muito de bom que ele conseguiu para o Sporting, incluindo o pavilhão João Rocha, e fazer por esquecer muito do resto. 

Nessa altura não deu para perceber qual seria a percentagem de Sportinguistas verdadeiramente alinhados com o pensamento dele e a verdade é que nem ele mesmo o sabia, e a prova é que passou os meses seguintes com a questão dos estatutos a tentar separar Sportinguistas de Sportingados, o que só contribuiu para o seu progressivo desnorte. É dessa altura o célebre desabafo que se sentia ameaçado e que se os Sportinguistas não o defendessem iriam dar cabo dele. 

Mas quem deu cabo dele foi ele mesmo. A questão mal resolvida das "pazes" de Jesus com o Vieira conduziu-o a uma guerrilha estúpida com o plantel, a principal claque, também ela em guerra interna, meteu-se no assunto e ocorreu a invasão de Alcochete. O ex-líder da claque acabou de se apresentar na prisão para cumprir a pena a que foi condenado.

E na AG do Pavilhão Atlântico de 23/06/2018 finalmente encontrou o que procurava. As águas foram separadas, quem se revia na linha seguida foi lá defendê-lo e ficou a saber que o Brunismo estava reduzido a 30% dos votos. Essa percentagem manteve-se ainda nas AGs que o suspenderam e expulsaram de sócio. Mas pouco mais de três anos depois, nesta última AG,, a 23/10/2021, o processo de rejeição às contas liderado por Miguel Fonseca / Nuno Sousa conseguiu apenas cerca de metade, 15%. 

 

O peso eleitoral do Brunismo no Sporting pode ter passado em quatro anos duma boa parte de 90% para 15%. Verdade seja dita, existem dois grandes responsáveis por isto: 

- Por um lado, Frederico Varandas, que teve a oportunidade de o conhecer muito bem no melhor e no pior, soube entender o que o Sporting precisava, ganhou as eleições, construiu uma equipa que acertou mais que falhou, acertou no vice-presidente das modalidades (só quem não põe um pé no pavilhão não se apercebe do trabalho notável realizado por Miguel Afonso nas modalidades, do magnífico conjunto de técnicos e atletas que conseguiu manter ou recrutar em tempos completamente conturbados e sob o assédio do rival do norte), depois duns passos em falso acertou no treinador principal do futebol, Rúben Amorim, que conseguiu dar coerência e efectividade a todo o projecto baseado na formação, conquistou grandes títulos no futebol e nas modalidades, e ainda se impôs às claques, que agora voltaram aos seus lugares de Alvalade para apoiar a equipa.

E cujos vários e notórios defeitos têm o condão de confundir o Brunismo: num dia era banana no outro ditador, num dia "gayola" noutro rambo; nunca conseguiram perceber bem com quem estão a lidar. Ele é o único presidente do Sporting que disse Não à claque histórica do clube e afirmou em público sobre Pinto da Costa o que João Rocha e Dias da Cunha (que, muito débil pela idade, não deixou de ir à AG) muitas vezes terão dito em privado, mas souberam o que era a personagem. 

- Por outro, o próprio Bruno de Carvalho. Este, uma vez legítima mas porventura ingratamente expulso de sócio mas ilibado em tribunal pelo assalto a Alcochete, em vez de fazer como Napoleão Bonaparte e ir para a sua ilha de Elba esperando o melhor momento para o regresso triunfal, resolveu entrincheirar-se nas redes sociais e nas suas esferas de influência, recontar a história a seu jeito e metralhar sem piedade o presidente em exercício. Ao mesmo tempo, foi destruindo qualquer hipótese duma nova personagem credível e com carisma emergir da sua área, a começar por Carlos Vieira e os restantes colegas retratados acima.  E assim os seus "compagnons de route" foram-no abandonando um a seguir ao outro, como o já tinha abandonado Bruno Mascarenhas antes daquele evento. O Brunismo "Leal" ficou cada vez mais reduzido ao seu representante para todo o serviço, Miguel Fonseca, e a uns tantos de fidelidade canina ao seu mestre espiritual.

A festa Sportinguista vivida um pouco por todo o lado na conquista do título da época passada, pelo que se percebe, foi o "tiro na testa" do Bruno de Carvalho comentador/doutrinador. Aparentemente dedicou-se a gozar a vida e faz muito bem.

 

Depois há o Brunismo... "Desleal", aquele de "o gajo tinha tudo para ser o rei do Sporting mas passou-se da cabeça, temos pena mas é assim", que anda às voltas como uma galinha sem cabeça a tentar encontrar alguém que tenha as virtudes do Bruno sem os defeitos, e consiga resistir ao teste do algodão:  "Mas então para si o fundamental no Sporting é a reintegração como sócio do Bruno de Carvalho, não é ???"

Obviamente, com esta vitória esmagadora e salvo qualquer catástrofe que surja até Março, Frederico Varandas ficou com a reeleição mais que assegurada, quaisquer sejam as voltas que queiram dar ao assunto. Basta passar os olhos nos sítios conhecidos: os Brunistas "Leais" e "Desleais" percorrem mais uma vez as etapas do ciclo do luto, o choque, a negação, a raiva, a negociação consigo mesmos, a depressão, ainda longe da aceitação do facto de que o "O Sporting é nosso" foi bom enquanto durou e que agora o Sporting de Clube de Portugal segue no rumo certo.

Se calhar porque muitos deles chegaram ontem ou anteontem e nunca perceberam bem o que é este clube e o pensamento do seu fundador, José de Alvalade. Um clube que não foi criado na farmácia ou na tasca, um clube que não entra em cafés com leite nem em adoçantes, um clube que atrai e fideliza muito mais pelos valores que defende do que pelas vitórias que consegue, um clube que idolatra treinadores e atletas que o conduziram à glória, glória essa que muitas vezes constitui o bálsamo que cura as feridas causadas por muitas jornadas de desilusão, onde o muito "esforço, dedicação e devoção" não chegou para triunfar. 

SL

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