O lixo a passar por luxo
Os viscondes e os barões de pacotilha, sempre prontos a invocar a etiqueta em nome dos nobres pergaminhos do clube, babam-se por estes dias com um chorrilho de alegados documentos digitalizados, produzidos por mão anónima a partir de um servidor obscuro localizado algures na Rússia. Há quem se atreva a chamar a isto "jornalismo de investigação".
Aprendi em pequenino que as denúncias sem signatário e as cartas anónimas só podem ter um destino: o caixote do lixo. Por motivos de elementar higiene cívica: jamais podemos prestar tributo a quem atira a pedra enquanto esconde a mão. Espantosamente os tais da etiqueta transformam o lixo em luxo, apontam a cobardia como padrão de conduta e ainda se gabam de chafurdar no esterco, sem receio de enodoar a gravata.
Para bem deles, espero que ao menos lavem as mãos antes de pegarem num croquete.