O inútil e o inenarrável
«Noite de horror» no futebol português: a imprensa internacional não poupa a péssima exibição da selecção nacional na noite de ontem. A segunda consecutiva - primeiro contra a Ucrânia, agora contra a Sérvia - naquele que se tornou o "estádio oficial" da Federação Portuguesa de Futebol, onde os assobios foram mais audíveis do que os aplausos (e é muito bem feito).
Dois jogos, dois empates perante adversários situados muito abaixo do nosso patamar internacional neste arranque da campanha de qualificação para o Europeu de 2020. Lamento reconhecer, mas nunca vi tanto desinteresse colectivo em redor da selecção neste século XXI que leva duas décadas quase cumpridas. O que até se compreende. Basta anotar que o onze das quinas terminou a partida com Pizzi e Guedes em campo, além do inútil Cancelo. E - pior ainda - entrou em jogo com um inenarrável Dyego Sousa, incapaz de fazer um só passe em condições. É para mim totalmente incompreensível que Fernando Santos o tenha mantido 58 minutos sobre o relvado.
Em suma, tivemos o que merecemos. Só lamento a lesão de Cristiano Ronaldo, um enorme jogador que aos 34 anos continua a entregar-se como um recém-chegado a cada momento do jogo - e ontem pagou por isso. Nem assim funcionou como exemplo para alguns dos colegas que se arrastaram miseravelmente em campo.