O início de tudo
Jogámos 80 minutos muito bem no Santiago Bernabéu, silenciando a afición madridista naquele dia 14 de Setembro. Até que Jorge Jesus, com os nervos à flor da pele, se fez expulsar.
Já da bancada, de cabeça perdida, deu ordem ao adjunto para mandar tirar do campo o Adrien e o Gelson, que estavam a ser os melhores em campo, fazendo entrar Elias e Markovic.
Sabe-se o que aconteceu: reviravolta no marcador nos últimos cinco minutos. O Real Madrid passou de uma iminente derrota por 0-1 à vitória por 2-1.
Nas declarações pós-jogo, mais destemperado que nunca, Jesus apontou para si próprio, reclamando os louros da vitória moral. A diferença estava não nos jogadores mas no treinador. A tal ponto - garantiu - que o jogo só foi perdido por ele já não estar no banco.
"Tinha sido muito mais difícil para o Real se eu estivesse no banco nos últimos minutos", acentuou o técnico, numa das suas frases mais infelizes da época, passando um atestado de incompetência a Raul José.
O sonho virou pesadelo, o descalabro global viria a seguir. Com o dedo infalível do treinador. Nós sabemos que ele sabe que nós sabemos.