O fotógrafo e a mulher que o desonrou
"Este homem aqui presente, com o pretexto de irmos a Algés, levou-me à auto-estrada, parou o carro à porta do Estádio Nacional, abriu a berguilha e meteu-mo na boca (...) depois, voltou-me de costas, tirou-me as cuecas e meteu-me por detrás, causando-me uma grande dor. Depois voltou a dar-me a volta e... desonrou-me, desonrou-me! Que vergonha, que vergonha!"
"Vamos fala agora (...) continuas a negar que a violaste?"
"Como se pode acreditar em semelhante versão? Nem um grito, nem uma peça de vestuário rota, nem uma tentativa de fuga, ou pedido de auxílio (...)"
Não vou continuar o relato.
Aconteceu no dia 6 de Outubro de 1961, não é preciso muito para destruir a vida dum ser humano, às vezes, muitas vezes, basta uma armadilha bem montada.
Nasceu no dia 18 de Janeiro de 1932, dezasseis anos depois já defendia a baliza do Barreirense e cerca de um ano depois seria campeão pelo Sporting. Nas palavras do próprio: " depois dum ano de dura aprendizagem (...) fui subindo e, no fim da época, já joguei quatro desafios (...). O Sporting foi campeão nacional e eu, com dezassete anos, também."
Carlos António do Carmo Costa Gomes, Carlos Gomes, mais que um jogador de futebol, um homem inconformado, para usarmos as palavras de outro guarda-redes: L'homme révolté.