O fogo da vitória
"A alternativa para os associados [do Sporting] é tornarem a eleger um banana ou um medroso que volte a mergulhar Alvalade na profunda crise, financeira e desportiva, em que se afundava antes de Bruno chegar.
O problema é que regressou o processo desestablizador no meio da época, interrompido com sabedoria e agora inoportunamente retomado. Sim, logo agora, que o Sporting tem a possibilidade de ganhar a Taça de Portugal, para que foi Bruno de Carvalho reabrir o armário dos fantasmas e das conspirações?
Quando, na penúltima jornada, os leões ficaram a perder, no seu campo, com o Sp. Braga - o mesmo adversário que vão defrontar no Jamor - pensei que o caldo se tinha entornado de vez e que a Taça já era. Esqueci-me, esquecemo-nos muitas vezes, que a vontade dos jogadores é que decide estas coisas. E a verdade é que, ao virarem o marcador sobre o intervalo, e ao ganharem a seguir em Vila do Conde um jogo que já "não contava", os profissionais do Sporting deram ao presidente e aos adeptos um sinal inequívoco: o de que estão com o seu treinador.
Visto por esse prisma, talvez Bruno de Carvalho tenha acendido o fogo não da desunião mas da vitória. E se o fez de propósito, então, é um génio.»
Alexandre Pais, hoje, no Record