O estertor do vieirismo
«Foi uma luz que me deu.»
Luís F. Vieira, ontem
Despede o treinador na véspera, com o consenso total da administração da SAD. Depois vai roncar e na manhã seguinte - após «uma decisão muito amadurecida durante a noite» - dá o dito por não dito entre quatro paredes, renovando a "confiança" no técnico. Deixa a especulação avolumar-se, em fugas consecutivas para os órgãos de informação, e passa um dia inteiro sem conceder uma palavra de satisfação aos sócios. Já noite cerrada, lá se digna aparecer para revelar que ele sozinho, inspirado por um súbito raio de luz, inverteu a deliberação do órgão colectivo. Qual rei-sol, concede uma aparente indulgência ao treinador, cada vez mais na corda-bamba, enquanto de caminho deixa nas entrelinhas um aceno de esperança ao técnico anterior, com quem nunca cessou contactos, e ao anterior capitão da equipa, entretanto retirado por notórias divergências no balneário com aquele que era para ser corrido de imediato mas afinal ficará a grelhar mais um par de semanas.
Haverá quem vislumbre requintes de brilhantismo nesta absurda estratégia comunicacional que confirma os restantes membros da administração da SAD lampiânica como vulgares verbos de encher. Por mim, creio ser um sintoma evidente de que o vieirismo entrou enfim no seu estertor.