O draguinho Calimero
Quando o dragão vira draguinho, logo as hostes portistas começam a chorar copiosamente, imitando o pato Calimero. Não tardámos a escutá-las este fim de semana, capitaneadas pelo treinador basco e pelo próprio presidente do clube. Sinal de que o pânico começa a apossar-se da agremiação azul.
Depois de terem sofrido em Alvalade o terceiro empate consecutivo (após o Porto-Boavista e o Guimarães-Porto) engrossaram o caudal da lamúria apontando o dedo a Olegário Benquerença. Como se pudessem ter razão de queixa contra este árbitro, que os deixou ir tomar duche com apenas um cartão amarelo.
Ora rebobinemos o filme de oito lances deste jogo para se perceber melhor como os calimeros azulinhos não têm razão para lamúrias:
2' - No lance do nosso golo começa por haver uma grande penalidade clara, cometida por Danilo. Como não existe lei da vantagem nestes lances, o árbitro deveria ter marcado penálti e mandado o portista para a rua.
10' - Jackson atira-se, por trás, às pernas de William Carvalho, ameaçando a integridade física do nosso médio defensivo, que progredia no meio-campo. Não recebeu cartão amarelo, como merecia.
19' - O lance mais violento da partida: Nani é ceifado por Quaresma, que pretenderia enviá-lo para a unidade de cuidados intensivos do Santa Maria. Benquerença, amiguinho, mostra-lhe apenas o cartão amarelo.
34' - Martins Indi joga a bola com a mão quando Slimani conduzia uma jogada de ataque no meio-campo do FCP. Sem qualquer admoestação do árbitro da partida.
69' - Indi derruba Slimani, empurrando-o dentro da grande área portista. Benquerença decide... mostrar o cartão amarelo a Nani por protestar na sequência deste lance.
82' - Falta evidente sobre William Carvalho que o árbitro deixou por marcar no lance que culminou no remate de Herrera que Rui Patrício defendeu com brilho, bem ao seu estilo.
83' - Martins Indi - sempre ele - levanta os pitons a Rui Patrício, na nossa pequena área. As leis do jogo determinam que lances como este recebam sanção disciplinar. Mas o cartão amarelo voltou a ficar no bolso do árbitro.
90'+2 - Tello arranca para a baliza leonina, quase no fim do encontro, em posição claramente irregular. O árbitro, no entanto, deixa este fora-de-jogo por assinalar.
E agora podem prosseguir com a lamúria nos jornais, nos painéis da TV e no Porto Canal. Percebo-vos bem: são lágrimas de saudade. Do tempo em que eram levados ao colo pelos árbitros - jogo após jogo, campeonato após campeonato.
Antes de o País inteiro ter escutado o que escutou.
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