O dia seguinte
Grande primeira parte do Sporting há umas horas em Alvalade. Num 3-4-3 clássico, com os dois alas sempre preocupados em defender o corredor e a manter os alinhamentos na linha de 5 defensiva, com uma pressão homem a homem que muito complicava a vida à construção de jogo do adversário, o Sporting foi acumulando oportunidades de golo sem permitir nenhuma ao Rio Ave. Pedro Gonçalves marcou dois golos, um pleno de oportunidade num lançamento brilhante de Quenda para a arrancada de Gyokeres, e o outro pleno de genialidade a fazer um chapéu incrível aproveitando a falha do guarda-redes. De assinalar também dois lances de cabeça perigosos de Diomande na área contrária na sequência de cantos.
A segunda parte foi diferente. O desgaste foi acontecendo e os erros também, a pressão sobre o portador da bola não foi a mesma. O Rio Ave, sem nada a perder, procurou o golo que o faria entrar no jogo. Os contra-ataques do Sporting eram desperdiçados pelo excesso de individualismo dos atacantes, como poderia ter sido o caso dum raide de Trincão cujo remate prensado resultou num golo improvável de Gyokeres.
Depois vieram as substituições, que pouco ou nada acrescentaram, e o Sporting foi decaindo de rendimento até consentir um golo no final, lance em que Quaresma, Diomande e Kovacevic não conseguiram anular a iniciativa do ponta de lança contrário.
Mateus Fernandes, Bragança, Mateus Reis, Ribeiro e Edwards não fizeram esquecer aqueles que foram substituir.
Sendo assim, o grande desafio para as próximas jornadas será transportar para os 90 minutos o que se fez agora em 45. Porque esses 45 minutos foram mesmo excelentes.
Kovacevic continua a ser uma incógnita. Com quase nada para fazer falhou um passe e sofreu um golo.
Grande jogo dos dois alas. Catamo muito focado e competente a defender do seu lado "natural", a pecar apenas nos cruzamentos, Quenda a fazer enorme exibição, personalizado, sempre a decidir bem, excelente passe no primeiro e tem outro parecido na 2ª parte, a correr para atacar e para defender.
Temos ali um novo Nuno Mendes. Vale ouro.
Diomande no melhor e no pior. Grande presença no centro da defesa, forte na marcação, imperial no jogo aéreo, faltoso em excesso, perdeu discernimento no final do jogo.
Inácio nem se deu por ele, pelo Quaresma deu-se bem. No melhor e no pior como Diomande.
Hjulmand e Morita excelentes no meio campo enquanto "têm pilhas". O problema é que duram 60 minutos.
Trincão corre, luta, mas agarra-se por demais à bola. Gyokeres e Pedro Gonçalves são as estrelas da companhia, com pormenores de grande classe. É mesmo um prazer vê-los jogar.
Melhor em campo? Pedro Gonçalves pelos golos, mas nos 90 minutos foi Quenda.
Arbitragem? Impecável, critério largo para ambos os lados estilo Champions, assertivo sem espalhafato, envergonha o Pinheiro.
E agora? O Nacional. Estas equipas que vem da 2.ª Liga com o plantel estruturado costumam surpreender nos jogos iníciais e a Choupana também não costuma ser fácil.
SL