O dia seguinte
Grande noite do Sporting hoje em Alvalade. As bancadas quase cheias de adeptos com camisolas de todas as épocas e de todos os gostos (muitas daquelas de que alguns não gostam mas que se vendem como pipocas), despedida sentida do grande capitão Coates, homenagem merecida a outro grande capitão, Manuel Fernandes. Uma bela 1.ª parte em que dominámos completamente o quinto classificado do campeonato espanhol. Uma 2.ª parte onde com tanta substituição o resultado foi de somenos importância.
Gostei muito da 1.ª parte do Sporting. Um 3-4-3 ainda mais assimétrico do que na época passada que muitas vezes se tornava num assumido 4-2-4. Quenda projectava-se no corredor direito enquanto Catamo assumia a posição de lateral esquerdo e Quaresma a de direito. Um duplo-trinco com capacidade de trabalho incrível, quer na saída a jogar quer na compensação dos adiantamentos dos alas.
Depois disso, um tridente ofensivo verdadeiramente letal. Recuperada a bola, era pôr num deles para o perigo ser iminente. Futebol mais parecido com o da primeira época de Rúben Amorim, caracterizado por contra-ataque letal, do que com a quarta, feita sobretudo de controlo do jogo e rotação de bola costa a costa ao jeito do andebol.
Quaresma-Debast-Inácio estiveram muito bem nesse período. Debast esteve tão bem que já não sei qual vai ser a decisão de Amorim sobre a posição central. Diomande-Debast-Inácio ou Debast-Diomande-Inácio? Quaresma está lá depois para o que for preciso.
Huljmand e Morita partem à frente de Bragança e Mateus Fernandes neste modelo de jogo, porque têm leitura de jogo incrível, tanto correm para trás como correm para a frente, metem o pé e ganham o lance. Não é mesmo o caso dos segundos, nem têm físico para o efeito. Mas são um regalo com a bola controlada a correr frente à defesa contrária.
Catamo é uma alternativa válida ao Nuno Santos na ala esquerda ? Acho que sim, cada um deles tem capacidade de centro e de remate a partir da esquerda.
Quenda é solução para a ala direita? Assim ele queira, porque Fatawu e Plata não quiseram. Ele tem tudo para vingar, veja-se o primeiro golo do Sporting e o remate ao poste. O resto a equipa trata, ou seja jogar pela esquerda para a bola lhe chegar com terreno livre à sua frente.
Pedro Gonçalves, Trincão e Gyökeres começam a época em grande forma e entendem-se às mil maravilhas. Os tempos dum Trincão a fintar de olhos fechados estão ultrapassados. Edwards? A capacidade está lá, não vale a pena vender a pataco porque vale o dobro do que um Jota Silva qualquer. Falta o segundo ponta-de-lança peitudo e rompedor. Rodrigo Ribeiro ou Nel podem fazer o papel do terceiro.
No final foi 3-0 contra um Atlético de Bilbau de má memória para mim, que fui a Bilbau no tempo do Sá Pinto. Da formação de Alcochete jogaram Quaresma, Inácio, Bragança, Quenda, Catamo, Muniz, Rodrigo Ribeiro e Mateus Fernandes, prova do grande trabalho de Amorim ao apostar na formação. A verdade é que nenhum deles desiludiu.
A única desilusão veio dum jogador que me lembra o Cancelo, que pode vir a ser melhor do que o Cancelo, que tem um perfil físico invejável para um lateral, mas que por agora quase não consegue ganhar um lance de disputa de bola nem fazer um passe com sucesso. Não é difícil descobrirem quem é. Probema mental? parece.
Melhor em campo? Morita. Samurai. Oxalá a selecção do Japão meta férias por uns tempos.
Quem não foi a jogo dos apresentados? Vários, mas Essugo e Esgaio parecem estar de saída, por empréstimo ou não.
SL