O dia seguinte
Um primeiro tempo completamente falhado, um segundo tempo a correr atrás do prejuízo, o resultado reflecte a diferença entre o que o adversário conseguiu fazer depois de marcar o primeiro golo no primeiro tempo e o que o Sporting conseguiu fazer depois de ter marcado o seu primeiro golo também no primeiro tempo. A Atalanta marcou o segundo num remate mal defendido por Adán, Edwards falha o golo isolado e logo depois Catamo leva a bola ao poste.
Se a ideia de jogo de Amorim, criar situações de 3 para 3 no ataque, fazia algum sentido, o Atalanta com uma marcação "rotweiller" tornou tudo muito difícil e toda a estratégia ruiu quando colocou um "verdinho" Fresneda a titular. Com isso nunca o Sporting teve saída de jogo pelo lado direito, nem sei se alguma vez Diomande lhe terá passado a bola se esquecermos aquela vez que lhe acertou nas costas num alívio, e a defender foi uma passadeira para a Atalanta. Do outro lado, Nuno Santos estava num dia de passear o penteado, e nesses dias a única coisa que se pode fazer é deixá-lo na cabine ao intervalo. No meio campo, Morita e Hjlumand andavam a tentar tapar buracos dum lado para o outro, sem qualquer capacidade de controlo sobre o jogo.
Ao intervalo, com 0-2 e um futebol "algemado" por uma muito competente Atalanta, eu diria que era esquecer o assunto e pensar no Arouca. Não foi isso que Rúben Amorim fez, só por questões de liderança dum grupo que não vale a pena explicar a quem não quer perceber não tirou logo Fresneda, mas Nuno Santos, Hjulmand e Paulinho deram lugar a um Coates que estabilizou a defesa e a Edwards e Catamo, este até que enfim no seu verdadeiro lugar, que, conjuntamente com o recuo do Pedro Gonçalves para organizador de jogo, transformaram por completo o futebol da equipa.
Todo o segundo tempo foi dum Sporting dominador que a Atalanta só em falta conseguia parar, os amarelos foram surgindo, as marcações ao homem ficando mais complicadas, e por volta dos 50 minutos Inácio teve uma oportunidade soberana de diminuir.
Depois veio o penálti, e depois do penálti as duas oportunidades de empatar atrás descritas e depois disso o resultado ficou definido.
Uma derrota em casa contra uma equipa italiana, penso que a última terá sido fora contra uma equipa italiana também, 15 ou 20 jogos atrás. Alguns sportinguistas devem sofrer de alguma doença ressabio-degenerativa, já não se recordam de quando perdíamos duas vezes na mesma semana ou contra uns albaneses jeitosos. E perder realmente custa.
Melhor em campo? Nem sei, talvez Diomande, que teve de jogar por ele e pelo parceiro do lado e que acertou no braço do defensor italiano que deu o penálti.
Que tirar desta derrota?
1. O primeiro lugar do grupo continua em aberto, os proximos dois jogos do Sporting e da Atalanta contra adversários menores vão ajudar a definir muita coisa antes da visita do Sporting a Bérgamo.
2. Coates não só é o capitão, líder da defesa, mas é mesmo o cérebro da equipa. Sem ele tudo se torna mais difícil, patrão fora, feriado na loja. Diomande e Inácio são os seus fiéis ajudantes, mas apenas isso.
3. Morita, Hjulmand, Bragança... As rotinas tardam a entrar, um não chega, dois são demais e é preciso recuar o Pedro Gonçalves. Médio centro, precisa-se. Com urgência.
4. Gyökeres e Pedro Gonçalves são imprescindíveis, para jogar sempre, e para pôr a equipa a jogar em função deles, independentemente do que falham aqui ou ali. Edwards, Paulinho, Catamo e Trincão a entrar conforme os jogos e os momentos dos jogos.
5. Esgaio ou Fresneda? St, Juste. Que volte depressa.
Bom, no domingo temos de ganhar ao Arouca, e não vai ser fácil.
SL