O dia seguinte
Hoje na Luz, e enquanto muitos vaticinavam e outros salivavam por uma derrota copiosa contra a proclamada melhor equipa portuguesa desta época, o Sporting entrou em campo competente e desinibido, foi superior durante 20 ou 30 minutos, depois disso esteve duas vezes em vantagem no marcador e no final desaproveitou uma oportunidade flagrante de conquistar a vitória. Isto com uma arbitragem habilidosa que fez o possível por inclinar o campo, sendo apenas traído por um VAR que lhe chamou a atenção para o óbvio.
Nesse período de domínio de jogo, o Sporting saiu bem a jogar desde trás esticando o jogo para os avançados, que logo levou à primeira falta perigosa de Otamendi e respectivo amarelo. Com Porro e Nuno Santos muito condicionados, Ugarte e Pedro Gonçalves tiveram espaço para manobrar, Fiorentino e Enzo não os conseguiam suplantar, o Benfica baixava linhas e quando recuperava a bola tinha os avançados distantes e com os defesas do Sporting em cima.
Depois, lentamente, os dois médios sempre pouco ajudados por Trincão e Edwards foram-se desgastando, e começaram a ter perdas de bola na zona central do terreno que convidava o Benfica a ataques rápidos. Mesmo assim, duma combinação perfeita entre Porro e Edwards, a única do encontro, surgiu o golo inaugural, mas nessa toada de contra-ataque rápido pouco tempo depois o Benfica empatou num lance em que Matheus Reis facilitou, não impedindo o centro de Rafa.
No segundo tempo o Benfica tentou assumir o controlo do jogo, mas logo Paulinho soube aproveitar a "verdura" do jovem do Benfica para sacar um penalti indiscutível. Mais uma vez não durou muito para o Benfica conseguir mais um lance de contra-ataque com centro agora do outro lado para o empate, mais uma vez pelo ponta de lança, mais uma vez a antecipar-se ao marcador directo.
Com o jogo a descambar e a equipa em perda física, Rúben Amorim surpreendeu tudo e todos. Se eram esperadas as entradas de Arthur e Jovane, as de St.Juste e Chermiti foram arriscadas, a primeira implicou a reorganização da defesa com a mudança de lado de Gonçalo Inácio, a segunda facilitou a saída a jogar do Benfica. Por falta de ritmo, um e outro incorreram em faltas, algumas perigosas, e logo foram amarelados. Mas o facto é que, mesmo no final, Chermiti teve a oportunidade de ser feliz. Mas desaproveitou, como Nazinho tinha desaproveitado em Londres.
Podemos agora imaginar se Pedro Gonçalves tivesse evitado o amarelo contra o Paços de Ferreira e tivesse alinhado no Funchal com Nuno Santos, se com eles o Sporting tivesse ganho, se ambos tivessem levado amarelo, se o Sporting entrasse na Luz com Matheus Reis a ala esquerdo e St. Juste na defesa: um empate também no final, mais 3 pontos na classificação. Mas a realidade é a que é. O facto é que o desempenho dos dois no jogo de hoje, Pedro Gonçalves e Nuno Santos, não justificou assim tanto terem ficado de fora do Funchal.
Melhor em campo? Ugarte, bem acima de todos os outros.
Enfim, o Sporting foi à Luz conquistar um ponto, o que sempre terá de significar um bom resultado, mas o problema é que perdeu três na jornada anterior. Temos muitos pontos para recuperar na 2.ª volta a Benfica, Porto e Braga para salvarmos a época.
E o caminho é esse mesmo. Muita coisa ainda para conquistar esta época.
Mas para isso é mesmo preciso reforçar o plantel neste mercado de Inverno. Isto não vai lá vestindo o fato de super-homem e pulando do Empire State Building...
PS: Foi assim que vi o jogo pela transmissão da BTV, comentários do mais lampiónico que existe, repetições de casos suspeitos contra o Benfica nem pensar, tudo na linha das palhaçadas que João Mário, Rafa e outros iam fazendo dentro do campo. Tudo limpinho, limpinho, limpinho.
SL