O dia seguinte
Grande primeira parte do Sporting em Londres perante uma das maiores equipas inglesas da actualidade, sabendo gerir muito bem os tempos do jogo. Raramente o Tottenham criou perigo, o Sporting conseguiu sempre sair com qualidade, e um grande passe de Ugarte iniciou a jogada que Edwards, assistido por Paulinho, concluiu com brilhantismo .
Não existe uma grande equipa sem uma grande "coluna vertebral" e nessa primeira parte, Adán-Coates-Ugarte-Paulinho estiveram magníficos.
No intervalo Conte puxou pela cabeça e descobriu aquilo que todos sabemos: que com um futebol mais inglês e menos italiano, com muito jogo aéreo e bolas bombeadas para o segundo poste, o Sporting passaria por grandes dificuldades.
A segunda parte foi mesmo uma cavalgada do Tottenham, com substituições que aumentaram o ritmo, enquanto no Sporting muitos começavam a cair por cansaço. Primeiro entraram Mateus Fernandes e Nazinho e nem por sombras fizeram esquecer Morita e Nuno Santos. O flanco esquerdo transformou-se num passador, Rúben sentiu o perigo e substituiu os três atacantes, entrando (e agora bem) St.Juste, Fatawu e Arthur Gomes.
A equipa ganhou novo alento e novo equilíbrio. Em duas sortidas Nazinho teve tudo para matar o jogo. Mas quem não marca sofre, o Tottenham carregou ainda mais no acelerador, marcou o golo do empate e podia muito bem ter ganho. Safámo-nos por poucos cms, num daqueles lances em que Harry Kane é exímio, mas que teve início numa perda de bola completamente idiota de Porro.
Sobre o golo do Tottenham acho que mais do que má intervenção de Adán foi uma má leitura do lance, como aconteceu com Israel em Marselha. Com a defesa em linha o guarda-redes sabe que tem de chegar com as mãos mais alto do que a cabeça dum jogador a saltar desde trás, qualquer pequeno atraso é a morte do artista.
Entre o azar de Nazinho e o azar de Dier e dos seus colegas, fica um empate que antes do jogo qualquer Sportinguista aceitaria e que se calhar serve os interesses dos dois clubes. Com um empate em Alvalade seguimos na Champions, com um empate em Marselha segue o Tottenham também.
E foi um Amorim também exausto que apareceu na conferência de imprensa. As lesões sucessivas têm posto a nu de forma impiedosa as carências dum plantel curto e desequilibrado, na cabeça dele já vinham o jogo de Arouca (com a encomenda Rui Costa a apitar) e depois o jogo decisivo de terça-feira, talvez sem poder contar com Morita, que rebentou hoje em campo.
Foi mais uma grande jornada europeia do Sporting. Pena mesmo os dois jogos com o Marselha que foram entregues da forma que sabemos. Amorim ficou ainda mais do que já estava nos radares dos clubes da Premier League, mas nós queremo-lo é cá pelo menos até ao filho entrar na faculdade.
Melhor em campo? Ugarte, mais um menino estupendo que vale ouro, na linha dum Nuno Mendes e dum Matheus Nunes.
#OndeVaiUmVãoTodos
SL