O dia seguinte
Ontem em Alvalade, contra um Gil Vicente que apresentou uma defesa subida do terreno arriscando no fora de jogo e procurando sempre jogar no campo todo, o Sporting entrou muito bem no jogo e fez uma bela primeira parte.
Para isso foi fundamental a frescura da equipa decorrente da paragem do campeonato. A equipa apresentou-se solta, disponível e intensa nos duelos físicos. A entrada de Paulinho deu organização e tracção à frente, Pedro Gonçalves rende muito mais com ele ao lado. Os dois médios regressados das suas selecções estiveram a excelente nível a destruir e a distribuir jogo com critério. E finalmente um trio defensivo impecável com um Marsà a exibir todo o seu pedigree “La Masia” e a substituir muito bem Coates. Nota negativa apenas para os dois alas, que foram desperdiçando sucessivas oportunidades de centros para golo e para um Trincão em dia para esquecer.
A ganhar por 2-0, e com o Gil sempre a tentar sair em velocidade para reduzir a vantagem, o Sporting foi tendo espaço para contra-ataques perigosos sempre desperdiçados no último passe ou tentativa de remate até que vieram as substituições e entrou Rochinha que, solicitado por Esgaio, fez aquilo que os outros não fizeram.
Com mais meia dúzia de oportunidades perdidas, incluindo os “tiros ao boneco” de Nuno Santos e uma de Sotiris de bradar aos céus, chegámos ao prolongamento e consentimos o golo de honra, aliás merecido, do adversário.
Simplesmente incrível o número de foras de jogo que coleccionaram os dois alas, Nuno Santos e Esgaio, e os cruzamentos desperdiçados pelos mesmos, ou porque o trio atacante não oferecia linhas de passe e se escondia no meio dos defensores contrários, ou quando isso acontecia o passe era invariavelmente falhado por força a mais ou direcção a menos. Que saudades do Nuno Mendes, ai, ai.
E assim ganhámos por 3-1 um jogo cujo resultado poderia ter sido muito mais dilatado. Saímos de Alvalade com uma sensação agridoce, mas depressa o realismo se sobrepôs. Foi uma vitória preciosa no início dum ciclo intenso que vai decidir muita coisa sobre o futuro do Sporting nesta temporada.
Melhor em campo : Hidemasa Morita o legítimo sucessor de Bruno Fernandes e Matheus Nunes.
Algumas notas negativas:
- A primeira para o “speaker” do estádio. Não faz sentido nenhum anunciar golos e resultados dependentes dum lance em validação no VAR e ter o estádio a comemorar uma coisa que não existe. No golo anulado a Paulinho, como estava no enfiamento da jogada, logo fiquei com impressão de fora de jogo e mantive-me sossegado a aguardar o desfecho.
- A segunda para Rúben Amorim. Já deve mais que conhecer Tiago Martins e alguns “artistas” que tem no plantel para saber que teria de os avisar para se absterem de atitudes de meninos mimados que não tiveram o “doce”. Num jogo sem casos, com o árbitro a deixar jogar e cometendo um outro erro de avaliação daí decorrente, é inadmissível acabarmos com quatro cartões amarelos.
- A terceira para a ocupação do estádio, abaixo do que seria desejável. Um jogo a começar numa sexta-feira às 19h em Alvalade, com o trânsito em Lisboa naturalmente em estado caótico, não facilita nada e muitos sócios com gamebox não se deram ao trabalho de ir. Eu só consegui chegar um minuto ou dois depois do jogo começar e depois duma odisseia automobilística pelos arredores de Lisboa para fugir aos engarrafamentos normais do dia e da hora em questão.
SL