O dia seguinte
Foram três os lances duvidosos em que o árbitro podia ter desequilibrado a partida em favor do Sporting: o pontapé na cabeça de Coates, o pisão na perna de Slimani e a carga a Matheus Reis. Todos o árbitro deixou passar sem punição, quando já vimos penáltis serem marcados e jogadores expulsos ou duplamente amarelados por faltas bem menores. Entre o Porto-Sporting, o Moreirense-Porto e este Marítimo-Sporting a arbitragem portuguesa ofereceu o título ao Porto. Se no ano passado havia o escrutínio da FIFA e de David Elleray, este ano Pinto da Costa - depois da queda de Vieira e se calhar do "trabalho" de Rui Pinto - ficou os árbitros nas mãos, se calhar presos "by the balls".
Foram três os lances em que não tivemos um pingo de sorte e que presumivelmente nos dariam a vitória: o centro que encontra a canela e não o pé de Slimani, o remate de Porro dos dois ferros e a cabeçada de Coates a rasar o poste mais longo. Ontem no Funchal a estrelinha da sorte esteve mesmo ausente.
Foram três também os interiores que estiveram fora da convocatória por motivos conhecidos: Pedro Gonçalves, Sarabia e Tabata. Com isso, Amorim abdicou do seu 3-4-3 para pôr em campo aquele 3-5-2 que muitos sócios andam a reclamar e que com ele nunca deu bons resultados.
Ontem até podia ser o sistema adequado no batatal do Funchal - o relvado de Alvalade mesmo nos piores momentos desta época não tem comparação possível com aquilo - mas a equipa entrou desconfortável, ofereceu um golo e mais desconfortável ficou. Tentava sair a jogar como habitualmente no 3-4-3 mas os posicionamentos não eram os mesmos a meio-campo. Tudo saía pastoso e previsível. Ugarte andava por ali, Matheus Nunes e Daniel Bragança (a jogar de pé contrário) perdiam passes sobre passes e eram incapazes de servir eficazmente a dupla avançada através de bolas em profundidade ou centros em diagonal. Do outro lado havia um Marítimo que acumulava asneiras a sair a jogar, com perdas de bola perigosas, pondo-se a jeito para vários contra-ataques ingloriamente desperdiçados.
Com um Nuno Santos sempre a pensar no disparate que tinha feito, no ataque planeado eram apenas as arrancadas de Matheus Reis a criar perigo e foi preciso uma arrancada do melhor em campo para chegarmos ao golo de Slimani.
Logo a seguir, como nos Açores, reposição da bola em jogo, a equipa a dormir e o Marítimo a marcar, felizmente um golo anulado por fora de jogo. Inacreditável.
Na segunda parte o jogo foi ficando cada vez mais confuso e anárquico, com as pernas a pesar e o raciocínio a faltar.
As oportunidades surgiram com o jogo cada vez mais directo, mas numa incursão dum jogador do Marítimo pela direita, três (mais uma vez) jogadores do Sporting caem em cima e deixam completamente isolado outro, do lado oposto. Milagrosamente o passe foi mal feito e chegou a Adán. Falhanço crasso julgo que de Inácio, que abandona a protecção da zona central. Inacreditável também.
Concluindo, muito a contribuir para que a vitória não acontecesse e algumas coisas para reflectir em termos de futuro:
1. A decisão de começar a época com Paulinho e TT foi compreensível, mas errada. Slimani (ou outro) devia ter vindo nessa altura. Santa Clara e Braga foram dois jogos perdidos com Coates lá à frente. Mudar agora de sistema de jogo é muito complicado.
2. Mais que sistema alternativo, Slimani e Paulinho podem muito bem jogar em 3-4-3 com Paulinho a fazer de interior. Importa é ter um modelo alternativo, um futebol mais directo sempre a explorar as características de combate daquela dupla e muito menos construção desde trás e rotação de flanco.
Agora é esquecer o assunto e pensar em vencer o próximo jogo.
Quarta-feira, em Alvalade, lá estaremos unidos a levar a equipa ao colo rumo ao Jamor.
#JogoAJogo
SL