O dia seguinte
Foi um Sporting substancialmente esgotado pela jornada da Champions que se apresentou em Arouca, e a melhor prova disso foi Palhinha, ontem irreconhecível.
Foi também surpreendente para muitos o onze inicial do Sporting, com dois defesas laterais/alas a jogar a central, um interior a ala, um médio centro a interior esquerdo. Nem os comentadores das diferentes TVs conseguiam prever se o Sporting ia jogar em 4-3-3, 5-3-2 ou outra coisa qualquer. Acabou por ser mais uma prova da grande coerência para alguns (apoiada pelo "nosso" Carlos Pereira como dei nota no post anterior) e teimosia para outros de Rúben Amorim, que preferiu manter-se fiel ao seu modelo de 3-4-3 mudando jogadores, do que mudar de sistema de acordo com os jogadores disponíveis.
O Sporting entrou bem no jogo com Sarabia em grande plano. A bola circulava rápido, Bragança e Paulinho eram o veio central de transmissão que colocava a bola com critério nas alas para ataque ao golo. Assim, Paulinho falhou o golo feito do costume e falhou a assistência para Coates encostar, Sarabia por duas vezes na mesma jogada ameaçou marcar, e o Sporting podia muito bem ter chegado ao intervalo com uma vantagem confortável de dois golos que daria para gerir o encontro doutra forma.
O golo foi um exemplo de futebol bem jogado com a bola a circular por Bragança, Paulinho, Nuno Santos e Sarabia que assistiu "com açúcar" Matheus Nunes. O Arouca vivia de contra-ataques rápidos e num deles podia ter marcado, com Coates ultrapassado em velocidade, Adán a fazer a mancha e o avançado do Arouca a desperdiçar.
A segunda parte começou, o Sporting continuou a dominar e a criar oportunidades, mas dum canto a favor saiu o golo do Arouca, um "chouriço" facilitado primeiro penso que por Bragança, que não matou o lance na origem, depois por Esgaio, comido em velocidade, e finalmente por Adán, que sacode a bola para o bico da bota do avançado do Arouca.
Felizmente logo a seguir Nuno Santos começou a compensar a larga conta de golos desperdiçados que já teve esta época, em particular nos jogos em que perdemos pontos na Liga, e rematou de primeira para golo. Claro que o guarda-redes adversário podia ter feito melhor, mas aquele tipo de remates complica-lhes muito a vida.
A equipa estava a ficar cada vez mais esgotada, vieram as substituições mas pouco melhoraram, a entrada de Neto com o adiantamento de Esgaio realmente fortaleceu o lado direito, mas TT, Jovane, Ugarte e Tabata nada fizeram de relevante.
Sarabia, para mim o melhor em campo, foi sempre influente no ataque e assistiu para os dois golos. Bragança esteve excelentemente... a atacar. E deficientemente... a defender. Como de costume, um "peso pluma" que deixa Palhinha entregue a si mesmo. Matheus Reis fez o melhor jogo que lhe vi com a camisola do Sporting. Simplesmente impecável. Nuno Santos muito bem, com um golo pleno de oportunidade e embora algumas vezes tenha perdido lances por se esquecer onde estava a jogar, Adan, Coates, Palhinha, Paulinho, Matheus Nunes, Porro... cansados, muito cansados física e mentalmente. Esgaio, quem dá o que tem, a mais não é obrigado. Recordo-me dele a extremo direito goleador...
Realmente só mesmo com grande atitude e espírito de equipa conseguimos sair de Arouca com três pontos depois da jornada de Dortmund. Quem tiver dúvidas, reveja o Rio Ave-Sporting post Real Madrid, na segunda época de Jorge Jesus.
Missão cumprida. Agora é descansar, recarregar as baterias, capacitar aqueles que vieram há menos tempo, como Ugarte e Vinagre, moralizar o Jovane, que o rapaz deve sofrer de bipolaridade, e aguardar pela imperdível deslocação ao saudoso estádio do Restelo para a Taça de Portugal, que espero coincida com o regresso de Pedro Gonçalves e de Gonçalo Inácio ao onze do Sporting. Jogo a jogo. Sempre jogo a jogo.
Grande treinador, Rúben Amorim. Sem dúvida nenhuma. Pelo menos para aqueles como eu, que o que querem mesmo é ganhar. Para aqueles que querem uma equipa a jogar como nunca e a perder como sempre, realmente é um pobre coitado.
#OndeVaiUmVãoTodos
SL