O dia seguinte
Ontem em Alvalade, mesmo sem metade dos jogadores titulares e alinhando com seis jogadores sub21, tivemos a melhor primeira parte do Sporting de Rui Borges na Champions. Um 4-4-2 que distribuiu muito bem os jogadores pelo terreno a toda a largura do mesmo, controlo do jogo, saída a jogar com critério variando sempre a zona de ataque, zonas de pressão bem definidas, procura da profundidade, resultando em três remates bem perigosos, um na trave, e zero oportunidades de golo do adversário.
Mas na 2.ª parte o muito mais alto e forte Borussia Dortmund (quem não percebe a importância da dimensão física no futebol de alto nível é melhor dedicar-se ao... basquetebol? andebol? voleibol? hóquei em patins? se calhar à maratona) carregou no acelerador e tudo ruiu como monte de cartas. A equipa trocou a lição que tinha estudada pela tentativa de jogar no contragolpe, as bolas recuperadas transformavam-se em passes perdidos que davam oportunidades ao adversário para correrias e centros. E assim aconteceram três golos sofridos e podiam ter acontecido mais.
Curiosamente, a igualdade a zeros subsistia até à entrada de Gyökeres. Talvez o João Simões não tivesse arriscado aquele passe se ele não tivesse entrado. A verdade é que as entradas de Gyökeres, Bragança, Morita, Quaresma e até Biel soaram muito mais a preparação do jogo com o Arouca do que a armas para ganhar ao Borussia. Nenhum deles esteve à altura dos jogadores que foram substituir.
E assim provavelmente ficaremos por aqui na Champions. Com Amorim foram quatro jogos com três vitórias e um empate. Sem ele foram cinco jogos com quatro derrotas e um empate. Faz a sua diferença, mas as coisas são como são. A falta de Pedro Gonçalves foi decisiva, a lesão / quebra física de Gyökeres também.
Agora o importante é juntar tudo o que de bom aconteceu na 1.ª parte com o regresso da maior parte do núcleo duro da equipa, Hjulmand, Gyökeres, Morita e Inácio, e vencer os dois próximos desafios da Liga. Para a Alemanha pode seguir o onze inicial de ontem, mais alguns da equipa da Youth League que hoje, orientada por João Pereira, esmagou o Mónaco por 4-0.
Melhor em campo? Diomande, claramente o melhor defensor no tempo todo, sem qualquer responsabilidade nos golos e à beira de marcar um grande golo na 2.ª parte. Rui Silva e Maxi estiveram igualmente muito bem, Fresneda e Matheus Reis não deram qualquer motivo para a substituição.
Arbitragem? Nível Champions, deixar jogar castigando as faltas tácticas. Pode ter interpretado mal a entrada que originou o amarelo a Trincão.
E agora? Ganhar na Liga e prosseguir na liderança. A 4 pontos do Benfica e a 8 do Porto. Sábado há jogo em Alvalade.
PS: Os jornalistas querem mesmo saber onde são as lesões deste e daquele? Perguntem ao Inácio. Nada escapa ao Inácio no que respeita a médicos e a clínicas ligados ao Sporting. Perguntem também como é que o lesionado crónico St. Juste aguentou 90 minutos. Ele deve saber.
SL