O dia seguinte
Exibição competente qb do Sporting hoje em Alvalade, sabendo gerir o jogo no ritmo mais indicado para camuflar a falta de alguns titulares e a nítida má forma de outros, e dando palco a um quarteto de jovens de sangue na guelra com imenso potencial. E foram estes - Fresneda, Diomande, Quenda e João Simões - que desbloquearam o jogo, marcaram e deram a marcar.
O campeonato ganha-se com exibições assim, de controlo do jogo, de ganhar sem arriscar perder, evitando o desgaste e a quebra física no final dos jogos.
Do 3-4-3 de Amorim para o 4-4-2 de Rui Borges mudaram alguns posicionamentos mas não mudaram alguns princípios de jogo, o controlo através da posse e da circulação de bola a toda a largura do campo, a variabilidade das zonas de ataque, o lançamento em profundidade do ponta de lança em zonas laterais. Com isso o resultado é semelhante, o jogo ganha-se sem o nosso guarda-redes fazer uma defesa digna desse nome. Hoje aconteceu o golo contrário, um bom cruzamento que deu golo, por mérito contrário e porque Inácio não respeitou a linha dada por Diomande. Rui Silva nada podia fazer.
Fresneda marcou o golo inicial a cruzamento tenso de Harder. Não era preciso ser bruxo de Fafe para prever que isso iria acontecer, por pouco não tinha acontecido já em dois jogos anteriores porque ele repete o movimento interior que o coloca em boas condições para marcar. Diomande marcou o segundo num bom golpe de cabeça no seguimento dum canto. Harder o terceiro num bom cruzamento de Matheus Reis. Pelo meio meia-dúzia de defesas de Ricardo Velho e remates a sair a rasar o poste.
João Simões começa a encher-me as medidas. Está ali um médio todo-o-terreno do melhor que já tivemos, não falha um passe, tem mudanças de velocidade que desequilibram a defesa contrária, vai à linha de fundo, remata de fora da área, tudo isso aos 18 anos. Mais fresco do que Quenda, também ele um pouco desgastado.
Hjulmand está um patrão, joga e faz jogar. Mal mesmo esteve Trincão, a perder muitas bolas em zonas centrais e portanto perigosas para o contra-ataque adversário. Maxi e Inácio também longe do que podem fazer. Catamo complicativo e desta vez infeliz, vamos lá ver que lesão tem. Bragança começou bem mas depressa descarrilou, está sem capacidade física para fazer o que pensa.
Melhor em campo? Harder, o mini-Gyökeres, o suplente perfeito. A verdade é que os dez colegas em campo não notam muito a diferença, porque as movimentações são semelhantes.
Arbitragem? Fraquinha marca APAF: Vai gerindo o que marca e o que não marca, não interessa se são faltas ou não, ninguém percebe mas isso pouco interessa. Os fiscais de linha também não ajudam. Pelo menos não inventou penáltis.
E agora? Ganhar no Dragão, mas com o Eustáquio a central vai ser muito complicado. Pelo menos o Galeno não vai cavar penáltis e expulsões, o que já não é mau.
SL