O dia seguinte
Realmente é bem estranho ver na mesma semana diferentes equipas do Sporting a alinhar de camisola cor de rosa (ou no caso magenta ?) associada ao género feminino e consequentemente a uma das mais terríveis doenças associadas ao género.
Para mim foi assim duas vezes a cores e ao vivo em Alvalade e duas vezes pela TV. O Sporting acabou por ganhar 3 dos 4 jogos, o único que perdeu foi com o Benfica em futebol feminino no jogo de despedida da Mariana Cabral a quem tenho de agradecer todo o esforço e dedicação que demonstrou nos oito anos que passou como treinadora pelo Sporting e as taças que deixou no museu, e as vitórias nos dérbis. Poucas ou muitas, não interessa. O resto é o resto, e tem mais a ver com o futuro do que com o passado, fica aqui a reparação mais que devida.
Mas voltando à camisola e a julgar pelo que vi nas redondezas do estádio, foi uma campanha a que muitos aderiram e que fez todo o sentido. Se surgirem outras para causas assim tão nobres terão todo o meu apoio também.
Quanto ao jogo em si, se calhar foi o mais traiçoeiro de todos os desta época. Um adversário em 6-4-0, todos atrás da linha da bola, extremos transformados em defesas laterais e defesas laterais em centrais, muito difícil criar espaço no meio de tantas pernas. E logo um susto a abrir o jogo por fífia de Quaresma bem salvo por Israel.
Também o lado esquerdo não ajudou, Maxi muito metido para o meio, encostando Harder a Gyokeres e facilitando ainda mais a vida ao Casa Pia. Valeu o lado direito com Catamo e Trincão sempre tentando entrar embalados da linha para o meio, com cruzamentos perigosos de pé trocado, e incursões em drible que podiam dar penáltis ou cruzamentos atrasados como o que deu o golo. Mas o golo foi quase a única oportunidade clara que o Sporting teve no primeiro tempo.
O Rúben viu bem o problema ao intervalo. Saiu Harder, Morita foi fazer de Pote, muito mais difícil de marcar, e com isso complicou muito a vida do adversário. As oportunidades começaram a surgir. Morita primeiro, Trincão a seguir, falta clara sobre Gyokeres depois e golo de penálti. No entretanto, Inácio e Quaresma tinham chegado ao fim, e o trio defensivo com Fresneda-Debast-Esgaio assustava qualquer um. Mas nada de pior aconteceu, a equipa manteve-se sempre competente e o adversário de tanto defender com tantos nunca conseguiu atacar em condições.
Assim conquistámos a oitava vitória sucessiva no arranque da Liga. A última vez que isso tinha acontecido foi em 90/91 com Marinho Peres como treinador e depois foi o que se viu na altura e que não se quer repetir. Isto não é como começa, é como acaba, e o que importa agora é recuperar os lesionados no período das selecções de forma a enfrentar um novo ciclo de jogos muito exigente, e todos vão ser poucos para o efeito.
Melhor em campo? Israel, Debast, Bragança, Trincão, um qualquer deles.
Arbitragem? Deixou jogar, coerente no critério, nada a dizer.
E agora? Descansar, recuperar, descansar, recuperar. A lição está bem estudada.
PS: Em Arouca Chico Lamba, agora em Alvalade João Goulart e Nuno Moreira, é sempre bom ver alguns jogadores que passaram pela nossa equipa B singrarem profissionalmente. Um ou outro ainda se destacarão e terão transferências que beneficiarão o Sporting através das cláusulas e dos direitos de formação. Mas independentemente disso é sinal que houve trabalho bem feito em Alcochete.
SL