O clássico assassinado
O jogo Paços de Ferreira-Braga contou com um ingrediente inédito: foi arbitrado por um francês, no âmbito de um protocolo estabelecido entre a Federação Portuguesa de Futebol e a sua congénere gaulesa.
Willy Delajod: assim se chama o chefe da equipa de arbitragem desse desafio, que terminou empatado a zero.
Ao abrigo do mesmo protocolo, a FPF enviou para França o árbitro Luís Godinho. Que apitou o Bordéus-Lens (1-2), com videoarbitragem de Bruno Esteves. Um desafio que terminou envolto em polémica: os adeptos da equipa visitada acusam Godinho de ter inventado o penálti que permitiu a vitória dos visitantes.
É absolutamente incompreensível a escolha do juiz francês para o irrelevante jogo em Paços de Ferreira na mesma jornada em que se disputou o primeiro dos seis clássicos da Liga 2021/2022. Com miserável arbitragem de Nuno Almeida, um apitador que já devia estar reformado pois atingiu a data limite para o exercício da actividade na temporada anterior mas acabou repescado para esta época.
A pergunta tem de ser feita: por que motivo não foi escolhido o árbitro francês para apitar o Sporting-FC Porto?
O senhor Almeida, "coadjuvado" pelo inefável João Pinheiro na vídeo-arbitragem, assassinou o clássico desde o apito inicial. Com três cartões exibidos em menos de quatro minutos e 40 faltas assinaladas ao longo de toda a partida. Em total antítese com os critérios adoptados no recente Campeonato da Europa e contrariando as próprias recomendações dos responsáveis da arbitragem portuguesa, aconselhando menos interrupções de jogo no nosso campeonato, o oitavo com mais faltas em 35 Ligas europeias.
Como assinalava ontem Daniel Sá no Record, «raramente conseguimos assistir a mais de um minuto de futebol contínuo» neste primeiro clássico da temporada. O que só acelera o desinteresse das novas gerações pela modalidade: em vez de um jogo, há meio-jogo.
«Os 90 minutos de futebol de 40 faltas serão cada vez menos apelativos para o público em geral», acentuando a tendência para só ver resumos em vez da transmissões integrais das partidas. Com a queda de receitas daí decorrente.
Árbitros como Nuno Almeida conseguem o inimaginável noutras épocas, não muito recuadas: hoje o tempo de jogo médio na Liga portuguesa resume-se a 49 minutos. Com mais um terço de faltas do que na Premier League.
Temos o pior campeonato em tempo útil, faltas, paragens - e golos. E um lamentável recorde: ninguém apita mais faltas na Europa do que o nosso conhecido Fábio Veríssimo.
Puseram o senhor francês a apitar o Paços de Ferreira-Braga para quê?