O campo está cada vez mais inclinado
Texto de Ulisses Oliveira
Em relação ao colinho, esta jornada [que passou] é uma imagem clara do que nos espera e dos interesses que estão instalados.
Benfica vs Portimonense: além do penalty [por assinalar contra o SLB], há a registar a ilegalidade do primeiro golo (precedido de falta evidente no momento de recuperação de bola, o jogador do SLB nem sequer chega a tocar na bola, apenas no adversário). Assinale-se que esse primeiro golo teve importância no desenrolar do jogo. Vemos um Benfica muito intranquilo: caso não marcassem cedo, a tremedeira poderia instalar-se e sabe-se lá o que iria acontecer. Mesmo com 2-0, na 2.ª parte jogaram com medo.
Guimarães vs Porto: já com o Guimarães em vantagem e numa fase adiantada da primeira parte, é perdoado, de forma escandalosa, um segundo cartão amarelo a um jogador do Porto. Caso a lei tivesse sido cumprida, tenho sérias dúvidas da capacidade em reagir [do FCP], pelo menos da forma que o fizeram com 11 em campo. Aliás, o próprio treinador do Porto retirou esse jogador à pressa, percebendo que lhe tinha sido perdoado o cartão. De notar que temos visto os nossos jogadores serem castigados consecutivamente por faltas muito menos evidentes.
B-SAD vs Sporting: penalty mal assinalado contra nós que poderia ter mudado o rumo do jogo (felizmente não aconteceu), além de um critério sempre inclinado.
Analisando só esta jornada, vemos que os outros são facilmente e descaradamente empurrados para cima e nós somos facilmente e descaradamente empurrados para baixo.
Se puxássemos o filme mais atrás facilmente encontraríamos outros exemplos (vide Famalicão...). Mais do que somente aos lances capitais, assistimos a diferenças gritantes de critério ao longo de cada jogo. Uma largueza e um à-vontade para com os rivais e um excesso de rigor, polvilhado de erros graves e cirúrgicos, para connosco.
Isto não é nenhum choradinho… infelizmente, é a realidade.
Não queremos ter vitórias arranjadas, como as dos outros.
Mas também não queremos que nos dificultem o caminho.
A equipa é jovem, falta-lhe ainda alguma experiência e não aguentará muito tempo se continuarmos neste registo – limpinho, limpinho – que é a triste imagem do futebol português.
Texto do leitor Ulisses Oliveira, publicado originalmente aqui.