O azar
Perdidos dois objectivos (campeonato e Europa - a taça lucílio nunca foi objectivo verdadeiro), vem a rezinguice tradicional sobre o treinador, este e aquele jogador, o planeamento, o mercado de Inverno, a pré-época, etc., etc. Mas eu gostava de chamar a atenção para o azar. Na Champions, era natural que ficássemos num grupo relativamente difícil (uma vez que vínhamos do pote 3), mas mesmo assim houve o azar de o Jonathan abrir o braço na Alemanha, dando origem a um palmanço que acabou por nos impedir de continuar. Se tivéssemos continuado, provavelmente levávamos um cabaz do Real Madrid, mas a derrota (de tão esperada) não teria custos anímicos e não tínhamos jogado três dias antes do jogo no Porto. Foi azar. Acabámos como cabeça-de-série para a Liga Europa, mas, por grande azar, calhou-nos uma equipa melhor do que muitas que andam na Champions - certamente melhor do que o Porto e do que todas aquelas com que o Porto jogou até agora, e já vai nos quartos-de-final. Se tivéssemos chegado ao Porto sem o jogo do Wolfsburgo nas pernas, outro galo cantaria - até podíamos perder, mas não daquela maneira. Foi azar. Houvesse dinheiro para duplicar jogadores e o azar não se faria sentir tanto. Quando andamos a contar tostões, fez e muito.