Nós, há dez anos
José da Xã: «Neste Mundial não tive preferência por qualquer selecção (nem a portuguesa!!!) e nem agora penso nisso. Quem ganhar que o faça apenas com mérito e sem casos. Curiosamente estas meias-finais resultaram em embates entre selecções europeias contra sul-americanas. Dois estilos de futebol assaz diferente, mas deveras atractivo.»
Luciano Amaral: «O Brasil tem toda a legitimidade para jogar feio, porco e mau. Quem somos nós para pedir que façam outra coisa, se esta até tem resultado? O que já não percebo é a sistemática bajulação do futebol do Brasil por tudo o que é fã incauto e jornalista. Não percebo o desejo parolo de que o Brasil ganhe. Isto é muito simples, meus amigos: o Brasil já não joga "bonito" vai quase para 30 anos. Já está na altura de perder o tal estatuto de selecção do mundo que toda a gente adora. Agora é simplesmente a selecção do Brasil, que joga feio, ganha e acabou.»
Tiago Cabral: «Para estas cabeças iluminadas, uma espécie de fazedores de opinião há anos instalados em diversos programas de debate desportivo, o raciocínio, a existir, serve apenas para alvitrar teorias sem nexo, na tentativa de menorizar o Sporting. Devem ser umas cabecinhas iluminadas a energia renovável, produzida por estrume que lhes sobe à tola.»
Eu: «Nunca nenhum de nós tinha alguma vez visto um jogo assim. Muito provavelmente, nenhum de nós voltará a ver um jogo como esta meia-final. O Alemanha-Brasil disputado esta noite no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, mergulha o país anfitrião do Campeonato do Mundo em estado de choque. Comparada com o que hoje sucedeu, a derrota frente ao Uruguai na final do Mundial de 1950 facilmente será esquecida a partir de agora. Mas daqui a meio século, daqui a um século, este desafio ainda será lembrado. Como símbolo de humilhação do Brasil à escala planetária. Foi a maior goleada deste Mundial. A maior goleada do Brasil registada numa meia-final de um Campeonato do Mundo. E o resultado mais desnivelado sofrido pelos brasileiros em quase cem anos. (...) Desporto colectivo, o futebol vive muito de valores individuais. Que por vezes podem fazer toda a diferença. Esta selecção de remendos, sem Neymar (ausente por lesão) nem Thiago Silva (ausente por castigo), parecia um Brasil de outro campeonato. E foi mesmo.»