Nós, há dez anos
Adelino Cunha: «Confirma-se mais uma velha máxima do futebol: um jogo, são onze contra onze e, no fim, ganha o pior. Força, Adriano!»
Luciano Amaral: «Compreendo perfeitamente a alegria benfiquista. Eu sei que a coisa vem logo embrulhada naquela realidade paralela benfiquista ("o Benfica é anti-fascista", "o Benfica é o Povo", "o Benfica é um clube planetário", "o Benfica é Portugal", "o Benfica é o universo", sei lá, todos conhecemos a conversa...), mas a verdade é que a alegria deles é muito compreensível, talvez até por razões de que eles não se apercebam bem. É que, se repararmos com atenção, a vida deles não tem sido muito diferente da nossa (apesar de eles acharem que tem): desde que começou o século (e podíamos prolongar a coisa até mais uns anos atrás), ganhámos dois campeonatos e eles três; ganhámos três Taças de Portugal e eles uma; fomos a uma final na Europa, que perdemos, eles a duas, uma que perderam, a outra ainda não se sabe (e na mesma prova da 2.ª divisão europeia) - faço-lhes o favor de não contar a Taça da Liga...»
Eu: «Quatro anos depois, permanece por decifrar esse enigma: por que motivo um jogador que teve uma participação decisiva na fase de qualificação para esse campeonato não chegou a embarcar para a África do Sul? O certo é que, a uma semana da final desse Mundial tão frustrante para nós, era anunciada a transferência de João Moutinho para o FC Porto por módicos 11 milhões de euros...»