Nós, há dez anos
Adelino Cunha: «Tendo Bruno de Carvalho dito o que havia para dizer sobre as arbitragens, falta só o Sporting acrescentar um dia destes que não quer mudar o sistema para que o sistema mude das garras do Porto para as garras Benfica, mas também não quer que mude das garras do Porto para as mãos do Sporting. Não é bom ganhar à Porto. Mesmo que seja para que os outros provem o que é perder à Sporting.»
Alexandre Poço: «Não há palavras, o melhor mesmo é ver o vídeo.»
Cristina Torrão: «Vi grande parte do segundo tempo, na RTP-internacional, liguei na fase em que o Marítimo quase chegava ao empate. Mas depois veio aquele golaço do Jefferson! O meu marido (alemão) adepto do Bayern, mas contagiado pelo vírus sportinguista, jubilou, entre exclamações de: «bonito golo» (schönes Tor). Sporting, queremos ver-te na Champions! Força Sporting!»
Diogo Agostinho: «Um Leão não se deixa derrubar por nada. E o nosso Mané estará em força no sábado, mesmo com capas encomendadas.»
Duarte Fonseca: «Ferguson é umas das personagens do mundo do futebol que mais interesse me desperta. A dedicação ao trabalho, a frontalidade que sempre transpareceu, a forma de liderar e a incrível capacidade para reinventar e motivar as suas equipas são as características que sempre admirei neste senhor. Aliando a estas características um humor corrosivo, tipicamente escocês, tenho todos os ingredientes para que o meu interesse por esta figura seja muito grande. Naturalmente, assim que saiu o livro da sua autobiografia não resisti e comprei por impulso. Nos últimos dias tenho-me deliciado com as histórias contadas no livro. Ontem cheguei ao capítulo dedicado a Cristiano Ronaldo, o qual começa da seguinte forma: “Cristiano Ronaldo foi o jogador mais dotado que treinei.”. Não pude deixar de sentir um orgulho enorme.»
Edmundo Gonçalves: «Estava eu a levar com um consócio ao meu lado, a quem hoje saiu na rifa o Cédric (que não perdeu o duelo com um grande jogador que é Quaresma) e a pensar com os meus botões que o André Martins estava já a mais no jogo, quando William Carvalho tirou do bolso um passe teleguiado para o mesmo André Martins, que correu uma dúzia de metros e fez uma assistência milimétrica para Slimani fazer o golo que nos daria uma vitória que matou um borrego já "carneiro". O André Martins fez-me "meter a viola no saco", mas o parceiro do lado lá continuou a sua cruzada anti-Cédric.»
Filipe Arede Nunes: «Grande Adrien, grande Jefferson, grande Mané e um treinador que merecerá, um destes dias, um texto a agradecer tudo o que tem feito pelo nosso clube. Destaque ainda para dois homens da equipa verde-rubra: Danilo (excelente jogador) e Derley (grande avançado). Para mim, era assegurar já a contratação destes dois tipos.»
Francisco Almeida Leite: «Não gosto de ver adeptos do SCP ficarem cativos num local inseguro.»
Francisco Melo: «Faleceu o empresário Manuel Barbosa. O empresário que fez de Secretário jogador do Real Madrid. Há poucos anos atrás, ao visitar o Estádio do Real Madrid, deparei-me na sala de troféus com um quadro gigante dispondo todos os jogadores que vestiram a camisola do Real, divididos por nacionalidade. Por Portugal, lá aparecia o craque Luís Figo acompanhado por... Secretário. Como é que foi possível o Real ter gasto uma fortuna num jogador como Secretário, perguntava-me até hoje... É que Carlos Secretário ficou para a história do futebol português por três razões, nenhuma delas relacionada com a sua qualidade futebolística. Pelo apelido esquisito, pela magnífica assistência para o Acosta, e por ter conseguido vestir a camisola do Real! Sobre a passagem pelo Real, vale a pena notar que anos mais tarde, num inquérito feito, Secretário foi considerado como o pior jogador que jogou pelos merengues.»
Frederico Dias de Jesus: «Mesmo com mais estrangeiros em campo, conseguimos que a nossa equipa tenha no 11 inicial cinco jogadores nacionais (e da formação). Pelo menos neste campo, já ganhámos o derby.»
Helena Ferro de Gouveia: «Como o personagem do poema de T. S. Eliot que media sua vida em colheres de café, os brasileiros podem medir a sua vida em Copas do Mundo. Meio a sério, meio a brincar dizem que o futebol foi inventado pelos brasileiros na Pré-História quando um pré-brasileiro fez um passe com o crânio de um inimigo. Bem, foram eles que inventaram a “pelada de rua” em que qualquer coisa vagamente esférica faz as vezes de bola, as balizas se erguem com os que estiver à mão, latas, tijolos ou até os irmãos mais novos, mesmo sob o voto de protesto dos mesmos, e a diversão dura até “mamãe” chamar, os vizinhos chamarem a polícia ou anoitecer.»
João António: «O clube da fruta está inquieto. Deve ser por falta de um qualquer guarda Abel, ou de não ter dado nas "trombas" aos jornalistas já faz algum tempo.»
João Távora: «Valendo-se de muito esforço e da férrea disciplina táctica que é marca de Jardim, o Sporting ontem cumpriu os serviços mínimos, que nos valeram três pontos. (...) O desacerto nos passes e transições era alarmante, mas a equipa redimiu-se reencontrando-se após o intervalo muito por via da substituição de Heldon por Matias e da deslocação de Mané para o lugar de extremo que libertou Wiliam Carvalho muito ofuscado até esta fase. Valeu o resultado e um bom ambiente nas bancadas - este Sporting, não sendo um fórmula 1, é o nosso: reconhece-se pela garra e acredito que o segundo lugar esta época ninguém nos tira.»
José da Xã: «Oceano, não sendo um primor em técnica, era um daqueles jogadores de que todos os treinadores gostavam: combativo. viril mas sempre correcto. Pedro Barbosa era senhor de uma técnica assaz invulgar e a quem só tiravam a bola recorrendo à falta.»
José Manuel Barroso: «Os grandes clubes portugueses são fazedores e vendedores de jogadores de qualidade, para os grandes campeonatos europeus - é a única forma de se aguentarem. No nosso caso, para além dos que virão do mercado externo, para reforçar a equipa a preço mais barato do que os que irão sair, temos o nosso viveiro da formação. Onde alguns jovens já estão na calha para ascenderem ao time principal. Vamos verter algumas lágrimas pelos que vão sair - decerto os que mais qualidade e potencialidades tiverem - e lamentar o facto. Mas o mundo rola e avança e o nosso clube também. E lá estaremos de novo no estádio, para aplaudir os que formarem o renovado grupo de trabalho. É a vida.»
José Navarro de Andrade: «Qual quê? Foram só uns flocos e uma folhas de papel de prata a cairem nos espectadores. Se tivesse ocorrido na horrível casa de banho, lá mais à frente, aí sim, seria um escândalo monumental: o estádio interdito por mais de um mês, exigências de responsabilização e demissão (só neste país poderia tal coisa acontecer e ficar impune, declarariam à puridade os manhas da vida); ainda agora estaria a TSF a fazer directos à porta do estádio com entrevistas alarmantes à protecção civil (confirmar-se-ia que estivemos por um triz à beira da hecatombe) e o jasus lamentaria que o efeito surpresa da táctica se desvanecera com o adiamento, por entre indirectas à falta de fair play. No mínimo.»
Luciano Amaral: «O Sporting é realmente um clube diferente: há dois anos, na mesma Liga Europa, também arrumámos o Manchester City (que é mais difícil do que o Tottenham) e o Sá Pinto não foi capaz de enfiar uma pera no treinador deles (ou sequer fazer gestos provocatórios). É preciso nível.»
Pedro Oliveira: «Acordei a pensar nisto, Fredy (Montero) Muñoz vai ser o primeiro jogador da História a marcar cinco golos num derby.»
Ricardo Roque: «Hoje não aconteceu o que vem sendo habitual. Não houve golo mal anulado e, ao que dizem, até terá havido benefício da posição em fora de jogo de André Martins no lance do golo de Slimani. Aos que justificam permanentemente o prejuízo do Sporting em vários jogos com o erro humano e que os árbitros se incluem nessa natureza, que justifiquem agora com o mesmo argumento o eventual mau julgamento na citada jogada - ressalvo, a ter acontecido.»
Rui Cerdeira Branco: «Isto num dia em que excecionalmente (e que a exceção se repita!) mais de 35 mil gritaram quatros vezes, em castelhano mas com sotaque argentino, pelo que os muito distraidos poderiam pensar ser a color del máximo rival (rival que tem uma cor que, como sabemos, não encontra tradução em qualquer outra língua do planeta, o famigerado encarnado). Ironias da bola, gratificações da globalização. Tudo por um clube que é mais do que de Portugal.»
Tiago Cabral: «Os coisos vão jogar a próxima eliminatória com o Az Alkmar. Mais do que ter sido contra esta equipa que o Sporting carimbou a passagem à sua última final europeia, este holandeses fazem-me sempre recordar Jorge Perestrelo.»
Eu: «Em entrevista ao jornal A Bola, José Couceiro acusava [há um ano] Bruno de Carvalho de fugir aos debates eleitorais excepto na última semana de campanha: "Quanto mais cedo fossem os debates mais poderíamos esclarecer os sportinguistas. Permitiria a confrontação salutar de ideias e havia mais tempo para tirar dúvidas. Quando se evita o confronto de ideias não se está a querer esclarecer os sócios quanto todas as nossas propostas." Regressado de Moçambique, onde se deslocou para falar com os sportinguistas ali radicados e sondar potenciais investidores no clube, Bruno de Carvalho deu-lhe réplica: "Os debates são espectáculos mediáticos e o Sporting tem de deixar de ser um circo. Eu queria um debate com os responsáveis financeiros das candidaturas, mas os outros não os têm."»