Nós, há dez anos
Adelino Cunha: «Falar dos melhores árbitros portugueses é como falar dos unicórnios: quais são as raças de unicórnios mais bonitas? Ou de dragões: diga quais foram os dragões mais ferozes da Alta Idade Média. Ou de ciclopes: quantas dioptrias tinha o ciclope mais velho de Atenas? São mitos. Todos. Dizer que há melhores árbitros portugueses é esquecer as viagens pagas pelo Porto ao Brasil. Dizer que há melhores árbitros portugueses é esquecer as prostitutas oferecidas para pagar arbitragens. Dizer que há melhores árbitros portugueses é esquecer a greve infame que se atreveram a fazer aos jogos do Sporting. Eu não esqueço. Eu, respeito muito mais os unicórnios.»
Tiago Cabral: «Os coisos vão jogar a próxima eliminatória com o Az Alkmar. Mais do que ter sido contra esta equipa que o Sporting carimbou a passagem à sua última final europeia, este holandeses fazem-me sempre recordar Jorge Perestrelo.»
Eu: «- Podes continuar a bater no presidente à vontade.
- Mas para dizer o quê?
- Critica a gestão desportiva, pá.
- Mas como é que eu critico se a gestão desportiva está a ter sucesso?
- Bolas! Critica a gestão financeira.
- É difícil. A gestão financeira também está a resultar, pá.
- Então critica a voz do gajo. A gravata. A postura. Sei lá. Nós podemos não saber porque é que lhe batemos mas ele sabe sempre porque é que apanha!
- Deixei de sentir motivação, tem paciência.
- E aqueles ataques de raiva que sentias quando o vias aparecer na televisão?
- Já não sinto. Estou a ficar amorfo, a perder o gás. Há dias até dei por mim a concordar com o presidente.»