Nós, há dez anos
Cristina Torrão: «Como o Pedro Correia muito bem disse, há alturas em que se esbatem os clubismos e junto-me à homenagem neste blogue de sportinguistas. A notícia do falecimento de Eusébio teve naturalmente destaque na imprensa alemã. Além de se referirem os momentos mais altos da sua carreira e as reações de Cristiano Ronaldo e Luís Figo, reportam-se as palavras dos grandes do futebol alemão.»
Francisco Melo: «Nunca vi o Eusébio jogar, mas não me esqueço das lágrimas que verteu, profundamente comovido, no funeral do Vítor Damas, um dos maiores ídolos de sempre do Sporting, a quem chamaram "Eusébio do Sporting", e que disse um dia dever a baliza do Sporting ao "King". Essa imagem do Eusébio a chorar convulsivamente marcou-me. Prova melhor da sua grandeza e admiração, para além do próprio Benfica, não poderia haver.»
Eu: «No momento da morte, impõe-se o respeito pela memória de quem partiu. Esbatem-se todos os clubismos, extingue-se o rastilho de todas as polémicas, sempre pequenas em comparação com a grandeza de uma vida que se apaga. E prevalece a memória de quem, para além das camisolas dos clubes que serviu ao longo de uma brilhante carreira, foi sobretudo símbolo do futebol português como atleta de craveira ao serviço da selecção nacional. Portugal está de luto pela morte de Eusébio da Silva Ferreira, um menino pobre de Moçambique que por mérito próprio ascendeu à galeria dos campeões do desporto mundial. Conhecido em todo o lado pelo nome próprio: simplesmente Eusébio. Ainda tive o privilégio de o ver jogar. Era de um clube rival, mas nem por isso menos digno de admiração. E de um prolongado aplauso que a partir de agora se perpetua pela eternidade.»