Nós, há dez anos
Edmundo Gonçalves: «Como se tem comparado muito a situação do Sporting com a do País, com as devidas distâncias, o que eu acho urgente para o Sporting é que, a exemplo do implementado na África do Sul pelo nosso sócio honorário Nelson Mandela, se implemente aqui uma verdadeira comissão da verdade e reconciliação, sob pena de darmos todos cabo do nosso grande Clube.»
Francisco Mota Ferreira: «Terminada a campanha, eis-me pois de volta a esta casa. Sou um institucionalista e, como tal, a lista eleita pela maioria dos sócios do Sporting é agora também a minha lista. Bruno de Carvalho é o meu Presidente. Digo isto com o conforto e à vontade de ter trabalhado activamente numa solução alternativa para o futuro do nosso Clube. O nosso novo Presidente terá um desafio enorme pela frente e cá estaremos, Sportinguistas, atentos ao que foi dito e prometido na campanha e o que a realidade dos factos irá forçar esta nova equipa a fazer.»
João Távora: «Passado algum tempo (demasiado) em que o Sporting vem sendo para mim um assunto profundamente desagradável e com pouco que ver com futebol, eis que estou de volta aos assuntos da bola para umas curtas considerações. Em primeiro lugar lamentar o triste espectáculo que resultou da comunicação dos resultados eleitorais, condicente com o que se vem verificando nas quatro linhas: um desastre de improvisos e amadorismo gritante. Em segundo, sendo eu avesso ao estilo de Bruno Carvalho, reconheço-lhe uma enorme virtude em relação às candidaturas concorrentes: um visível gosto e determinação férrea em conquistar o poder, condição que julgo valiosa para a tarefa ciclópica que o aguarda. Foi este dilema que me levou pela primeira vez a abster-me em eleições no meu clube.»
Tiago Cabral: «O que mais custa a alguns que por aí vagueiam é esta mania que os sportinguistas têm de pensar pela sua cabeça. Estes energúmenos têm a ousadia de pensar que as suas arcaicas formas de raciocinar e de se expressar constituem um qualquer paradigma a seguir. Julgam-se imbuídos de um qualquer poder divino, que lhes outorgou o direito de pensar por todos, serem os únicos com capacidade de indicar o caminho, o destino a seguir. O seu maniqueísmo é confrangedor, sendo também um sinal vindo do passado, simplório e retrógrado. Esquecem-se estes simplórios que felizmente o tempo do seguidismo cego há muito que acabou. Não entendem que os sportinguistas consigam escolher a opção que representa o melhor para o futuro do seu clube. Custa-lhes perceber que os tachos acabaram, que as sinecuras que usufruíam foram à vida.»
Zélia Parreira: «Tenho evitado escrever ou comentar aqui. Os ânimos andavam demasiado exaltados e quase todos os intervenientes convencidos de serem donos da razão absoluta. Talvez seja já a hora de colocar as diferenças de lado e assumir o que temos em comum. O Sporting é o nosso grande amor e Bruno de Carvalho o nosso Presidente. Agora, que vivemos os primeiros dias do resto das nossas vidas enquanto Sportinguistas, olhemos em frente, unidos.»