Nós, há dez anos
Diogo Agostinho: «Os jornais referem que o actual Presidente Godinho Lopes parou o processo de contratação do novo treinador do Sporting porque vai à Rússia com a Selecção Nacional. Mas vai à Rússia fazer o quê?»
José da Xã: «Todos os adeptos do Sporting estão conscientes que o futuro se apresenta muito sombrio. Com a actual crise o dinheiro mal chega para comer quanto mais para pagar um bilhete no futebol…»
José Navarro de Andrade: «É comovente ouvir os gemidos regionalistas dos adeptos do fêquêpê. Coitadinhos, tão desprezados foram pelo Terreiro do Paço que acabam por ser o clube mais subsidiado pelo Estado, por via da repugnante negociata da Fundação PortoGaia. Com tanta poupança como é que não haveriam de ter dinheiro para os opíparos cabazes de fruta...»
Eu: «Se é Rojo [encarnado, em castelhano], manda a lógica que ingresse no Benfica. Se bem pensaram isto na redacção do matutino A Bola, onde esta cor predomina, melhor o escreveram. Logo em manchete, para não passar despercebido ao leitor mais distraído. "Rojo mais perto da Luz" - rezava o título garrafal do histórico "desportivo" naquele dia 31 de Maio. (...) Era a sequência lógica da capa dada à estampa três dias antes, mais imaginativa ainda, em que Marcos Rojo surgia acompanhado de Ansaldi e Siqueira como prováveis reforços para o corredor esquerdo da defesa lampiã. O mundo muda muito em três dias, como dizia o outro. Nesta fase, garantia A Bola, "lateral esquerdo argentino do Spartak ganha[va] vantagem", ultrapassando os outros dois pela esquerda. O jornal, que acerta sempre quando não falha, tinha razão: Ansaldi e Siqueira mantiveram-se à distância. E Rojo ficou, de facto, mais perto da Luz - em comparação com Moscovo. Não à esquerda, mas ao centro. No lado certo da Segunda Circular.»