Nós, há dez anos
Zélia Parreira: «Consciente do monumental frango dado na criação de um spot publicitário de muito mau gosto, a Sagres já veio a público retratar-se. Porém, há por aí uns pseudo-intelectuais muito preocupados com o estado do país em particular e do mundo em geral que querem comparar um anúncio de cerveja a um ataque terrorista e não param de dizer que também são Charlie. (...) Um jornal é um jornal e a liberdade de imprensa é sagrada. Um anúncio publicitário não é um jornal. É um produto comercial que apela ao consumo de um determinado bem com o intuito de proporcionar lucro a quem o promove.»
Eu: «Este lampiãozinho espantou-se com a indignação geral que alastrou entre os sportinguistas face ao vídeo rasca concebido pelo "criativo" de turno na Centralcer contra Rui Patrício. E ficou perplexo ao ver que a dita empresa foi forçada a retirar o vídeo e a pedir desculpas. À Liga, à Federação e ao Sporting. Escapou ao lampiãozinho que o tal vídeo rasca funcionou apenas como pretexto para mais um episódio na guerra comercial entre cervejeiras, pois a Super Bock - de longe a melhor cerveja produzida em Portugal - tem patrocinado a equipa do Sporting. Acontece que o tal "criativo" - além de ter produzido um vídeo que apenas embaraçou a empresa que lhe paga o salário - é burro. Porque se esqueceu deste irrelevante pormenor: Rui Patrício é titular indiscutível da selecção nacional. Esqueceu-se também que a Centralcer, através de uma das suas marcas comerciais, patrocina a selecção. Mas a burrice não é monopólio desse "criativo": contagiou também as incompetentes chefias que autorizaram a produção e divulgação do vídeo. A menos que lá na Centralcer aquilo ande tudo em roda livre, eventualmente por consumo imoderado de bejecas.»