Nós, há dez anos
Adelino Cunha: «Eu percebo que Marco Silva tenha começado por preservar a excelente herança de Leonardo Jardim. Percebo melhor ainda quando os reforços do Sporting foram pensados para rodar no mesmo nível de qualidade. Nani é excepção, evidente. Percebo Marco Silva, mas há margem para manobrar principalmente no ataque. A simpatia de André Martins e a qualidade não chegam: falta consistência e regularidade. E que tal o João Mário ali? Carrillo corre o risco de chegar aos 35 anos como uma jovem promessa: dois passes certos e três errados. E que tal Carlos Mané? A defesa é diferente. Enquanto houver Rui Patrício as coisas lá vão disfarçando, mas continuamos sem um central realmente bom. Eu gostava de ter um grande defesa central. Um Nani na defesa.»
Duarte Fonseca: «Na segunda parte, sofremos imenso durante os primeiros 20 minutos, muito por culpa da intranquilidade (um eufemismo) de Maurício que fez com que a equipa tivesse receio de pressionar tão à frente e do desgaste físico de Slimani, Martins e Adrien. Após essa fase de maior aperto, Nani assumiu a liderança da equipa e foi ele quem conseguiu serenar a equipa, levando-a a equilibrar o jogo. Pelo meio um enorme Rui Patrício entre os postes, calando todos aqueles que querem fazer dele um guarda-redes medíocre. No final, a cereja não foi parar ao bolo, porque Artur se redimiu com uma grande defesa, em resposta a um lance de ataque rápido exemplarmente executado.»
Edmundo Gonçalves: «A diversidade é importante, se o objectivo for, como me pareceu ser o caso de todos os comentaristas, ajudar a empurrar a equipa para a frente, isto porque todos, ou quase, temos a mania que temos uma costeleta de treinador e todos gostaríamos de estar lá dentro para ajudar a empurrar a redondinha prá baliza dos adversários!»
Eu: «Marco Silva não foi apenas superior a Jesus: também esteve muito melhor do que Leonardo Jardim há sete meses. Em Fevereiro, o então treinador do Sporting apostou em Slimani como arma secreta ao lado de Montero na frente de ataque. Mas o efeito surpresa dissipou-se quando o jogo foi adiado. Mesmo assim, teimou em alinhar com dois pontas-de-lança, num 4-4-2 posicional que falhou em toda a linha, tanto mais que nesse encontro não pudemos contar com William Carvalho, substituído in extremis por Eric Dier. O meio-campo esteve muito desequilibrado e a superioridade encarnada foi notória.»